Estoques mundiais de grãos aumentam, inibindo alta de preços
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No final desta safra, os armazéns terão 10% a mais de milho do que na anterior.
A recomposição dos estoques mundiais de grãos continua em 2023/24, o que inibe ainda mais uma alta nos preços internacionais das commodities.
É o que mostram dados desta quinta-feira (1º) do Amis, um sistema que fornece uma síntese de mercado das dez principais entidades que acompanham o setor, entre elas a FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura).
O sistema acompanha o desempenho de trigo, milho, arroz e soja, indicando produção, demanda, mercado internacional, estoques e preços desses produtos.
Ao final da safra 2023/24, vão sobrar nos armazéns do mundo 315 milhões de toneladas de milho, um volume 10% superior ao de 2022/23. Esses estoques finais representam 26% do consumo mundial.
O volume de trigo no final da safra fica estável em 320 milhões de toneladas, mas representa 40% do consumo mundial de 2023/24. O arroz, com forte tendência de alta no mercado internacional, mantém os estoques estáveis em 199 milhões de toneladas, um volume que cobre 38% da demanda mundial.
A soja, o produto que mais preocupa os produtores brasileiros no momento, devido à constante redução de preços, terá um aumento de 14% nos estoques finais nesta safra.
Há quebra de safra no Brasil, mas a produção se recupera em outros países. Os estoques finais são suficientes para 13% do consumo mundial, que atinge 389 milhões de toneladas.
Evolução mundial das safras e consequente recomposição dos estoques forçam uma baixa nos preços internacionais. O milho, cuja produção sobe para 1,21 bilhão de toneladas em 2023/24, esteve com uma redução de preços de 30% em janeiro, em relação a igual período do ano anterior.
A soja acumula queda de 23%, e o trigo, de 22%. Já o arroz, embora mantenha a produção elevada de 525 milhões de toneladas, continua com alta nos preços devido a barreiras impostas por grandes exportadores, como a Índia (Folha, 2/2/24)