12/09/2018

EUA ocupam parte do mercado externo de milho do Brasil neste ano

Mesmo com queda de vendas do milho neste ano, o Brasil deverá se manter em segundo lugar no ranking mundial dos exportadores

Exportações brasileiras, previstas inicialmente em 32 milhões de toneladas, devem ficar próximas de 25 milhões.

Os Estados Unidos ocuparam boa parte do espaço do Brasil no comércio internacional de milho neste ano. Sem a China para dar um empurrãozinho nas vendas externas brasileiras do cereal, como ocorre com a soja, as vendas externas tiveram forte recuo.
 
Os brasileiros deverão colocar 25,5 milhões de toneladas do cereal no mercado externo nesta safra (fevereiro de 2018 a janeiro de 2019), conforme dados divulgados nesta terça-feira (11) pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).
 
A presença menor do Brasil no mercado internacional ocorre devido a vários fatores, segundo Daniele Siqueira, analista da AgRural.

 Começou com um plantio menor do cereal na safra de verão, devido à rentabilidade maior da soja. A queda de área se estendeu também para a safra de inverno, que foi prejudicada, ainda, por um clima adverso.
 
Com isso, houve um recuo médio na produtividade, e a safra brasileira cai para 81 milhões de toneladas neste ano, bem abaixo dos 98 milhões obtidos em 2017.
 
Apesar da quebra de produção, o país ainda tem milho para exportar. Os produtores, porém, estão capitalizados, devido às boas vendas de soja, e retardam a comercialização do cereal, à espera de preços melhores, segundo Daniele.
 
A boa oferta mundial de milho faz o importador recorrer a outros mercados, segundo a analista. Os Estados Unidos, líderes mundiais em exportação de milho, colocaram 62 milhões de toneladas no mercado externo na safra 2017/18 —56 milhões no ano imediatamente anterior.
 
As previsões iniciais de exportação de milho para o Brasil eram de 32 milhões de toneladas, volume que a Conab manteve em suas estimativas até a divulgação de oferta e de demanda de junho último.
 
Mesmo com a queda de vendas neste ano, o Brasil deverá se manter em segundo lugar no ranking mundial dos exportadores, após os Estados Unidos. A argentina vem em terceiro lugar.
 
O pico de exportações do Brasil ocorre neste mês, mas o ritmo de vendas deste ano não deverá ser igual ao de setembro do ano passado.
 
Uma das evidências de que o país ainda tem milho para exportar é o volume de estoques de passagem deste ano para o próximo: 14 milhões de toneladas, segundo a Conab (Folha de S.Paulo, 12/9/18)