16/02/2023

EUA: Oferta cairá, com boi mais caro sobre as margens dos frigoríficos

Consumo de proteína deve puxar para baixo oferta de carne nos EUA (Imagem REUTERS Lucy Nicholson)

GADO EUA Foto Blog Beefpoint

Por Giovanni Lorenzon

Consumo de proteína deve puxar para baixo oferta de carne nos EUA (Imagem: REUTERS/Lucy Nicholson)

Na comparação com 2021, quando a produção de carne bovina caiu nos Estados Unidos pelo menor consumo, então o corte projetado na oferta dos frigoríficos em 2023, de até 900 mil toneladas, também será devido à baixa no apetite da população.

Naquele ano, foi a pandemia reduzir a abertura dos restaurantes e a circulação; no atual, serão os efeitos dos preços ou, de um modo geral, a retração trazida pela inflação caso a política de juros não surta maior efeito.

JBS (JBSS3), Marfrig (MRFG3), com operações locais, e Tyson Foods, os grandes no país, já trabalham com essa projeção, de resto já entendida pelos investidores em ações.

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), em seu último relatório de “cattle” e “beef”, reviu suas projeções anteriores para a produção de 12.108 milhões de toneladas neste ano.

Resultará entre 800 a 900 mil/t a menos na comparação com o ano passado. Se consolidada de fato, ficará até abaixo de 2021, concretizada em 12,6 milhões/t.

A redução do plantel americano encarecerá mais o valor da distribuição e do varejo, pelo custo mais elevado na compra de bois. Carne ficará mais cara.

O USDA reportou 89,3 milhões de cabeças de gado em 1º de janeiro, entre machos e fêmeas adultos e bezerros, sendo que todo gado em engorda para ser abatido apresentava uma redução de 4%, para 14,2 milhões de exemplares.

Uma vez que que o departamento americano do agronegócio não acusa baixa nas exportações esperadas do país de proteína bovina, até dezembro, fica certo, portanto, que a circulação doméstica que sofrerá.

O alento para os frigoríficos brasileiro vêm das importações dos EUA, que devem crescer também, diz o documento, embora a preços mais pressionados.

Nessa ponta, além de Marfrig e JBS, ainda entram a Minerva Foods (BEEF3) e suas filiais da Argentina, Uruguai e Colômbia (Money Times, 15/2/23)