Expansão de área exige importação recorde de fertilizantes e de agrotóxicos
Legenda: Plantação de soja na Chapada dos Parecis, na região das cabeceiras do rio Jauru - Lalo de Almeida - 4.mar.2021/Folhapress
Compras externas de adubo superam em 55% as de setembro de 2020; nos agroquímicos, alta é de 21%.
O ritmo das importações brasileiras de insumos agrícolas deste início de mês indica que o volume de setembro atingirá patamares recordes.
As compras externas de agrotóxicos apontam para 55 mil toneladas neste mês, enquanto a de fertilizantes deverá superar 5 milhões, conforme os dados semanais preliminares apurados pela Secex (Secretaria de Comércio Exterior).
O ritmo poderá desacelerar na segunda quinzena do mês, mas mostra que as indústrias estão se preparando para a nova safra recorde que vem pela frente.
Cálculos do mercado indicam que as áreas de soja e de milho deverão aumentar 3,7 milhões de hectares, em relação à safra anterior. Os mais otimistas apostam em uma evolução superior a 4 milhões de hectares.
Com os bons preços e a forte demanda por commodities, os produtores vão dedicar mais de 40 milhões de hectares para a soja e próximo de 22 milhões para o milho na safra 2021/22.
Esse aumento não significa, no entanto, a abertura de novas áreas. O milho, em alguns estados, avança um pouco sobre o espaço da soja no verão, e a oleaginosa ocupará áreas de pastagens. No inverno, o milho cresce sobre as áreas deixadas pela soja.
A boa notícia é que, com o avanço da área, o país poderá beirar os 300 milhões de toneladas de grãos pela primeira vez. Esse volume depende, porém, do clima, que está favorável neste início de plantio.
Dados já consolidados pela Secex indicam que as importações de adubos, por dia útil, somam 252 mil toneladas até a segunda semana deste mês, com aumento de 55% em relação a igual período do ano passado.
No mesmo período, a compra externa de inseticidas, herbicidas, fungicidas, nematicidas etc., classificados pelo Ministério da Agricultura como agrotóxicos, soma 2.633 toneladas por dia útil, 21% a mais do que em setembro de 2020.
Com a consolidação do avanço de área de plantio no Brasil, as compras externas de insumos vêm registrando patamares recordes nos anos recentes.
De janeiro a agosto, as importações de adubos somaram 24,8 milhões de toneladas, com gastos de US$ 7,5 bilhões (R$ 39,4 bilhões). Já as compras de agroquímicos atingiram 223 mil toneladas, com despesas de US$ 1,93 bilhão (R$ 10,1 bilhões)