Exportação de animais vivos deve repetir o bom desempenho de 2018
Egito, Iraque e Turquia são os maiores compradores do Brasil neste primeiro quadrimestre.
As exportações de animais vivos, após o bom desempenho do ano passado, também mantêm um ritmo acelerado nos primeiros meses de 2019.
De janeiro a abril, as receitas com as vendas externas —80% vêm de gado bovino— somaram US$ 148 milhões. Nesse ritmo, o volume financeiro de 2019 deverá ficar próximo dos US$ 624 milhões de 2018.
Gastão Carvalho Filho, da Boi Branco, diz que este será um ano bastante promissor. O Brasil busca novos mercados e alguns países, que já são importadores e tiveram problemas internos, se recuperam e retomam às compras, como é o caso da Turquia.
A situação econômica teve um pequeno alívio, e as perspectivas são que os turcos importem 1 milhão de cabeças da América Latina neste ano.
Com a ajuda dos turcos, as exportações totais brasileiras deverão superar 600 mil animais em 2019.
Gil Reis, presidente-executivo da Abeg (Associação Brasileira dos Exportadores de Gado), também acredita em exportações melhores. O país vai ter, no entanto, de avançar em terreno alheio.
O mercado de gado vivo é um nicho de apenas 5 milhões de cabeças por ano no mundo, e a tendência é o Brasil aumentar a concorrência e crescer nesse mercado.
Preço, frete e custos internos do boi serão decisivos para essa evolução externa, segundo o presidente da Abeg.
Uma das principais vantagens do país nessa disputa pelo mercado é a sanidade do animal brasileiro, acreditam Carvalho Filho e Reis.
O Brasil já está forte no Oriente Médio, mas deverá avançar também pela Ásia, principalmente no Vietnã, na Malásia e na Indonésia, mercados que começam a abrir as portas para o gado brasileiro, segundo Reis.
Para Carvalho, o Iraque mostra uma tendência de crescimento, e o Egito é um mercado em expectativa. A Arábia Saudita começa a despontar, e o padrão de renda da população desse país permite um avanço das exportações brasileiras.
Outro mercado que volta a ser importante é o do Líbano. Além da demanda interna do país, há uma passagem do gado importado do Brasil pelas fronteias da Síria.
As exportações de gado em pé começam a chamar a atenção também dos confinadores. Muitos deles buscam informações na Assocon (Associação Nacional da Pecuária Intensiva).
Parte deles se prepara para esse tipo de operação, segundo Bruno Andrade, gerente-executivo da entidade.
Os dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior) apontam Egito, Turquia e Iraque na liderança das importações dos animais brasileiros neste ano. Em 2018, Turquia, Líbano e Jordânia estiveram à frente.
Venezuela
Um dos principais mercado para as exportações de boi vivo do Brasil, as compras do país ficaram perto do zero neste início de ano. Em 2014, somaram US$ 277 milhões (Folha de S.Paulo, 9/5/19)