16/05/2018

Exportação de suco segue em alta, mas México preocupa

Exportação de suco segue em alta, mas México preocupa

Ainda que as exportações de suco de laranja do Brasil estejam em recuperação nesta temporada 2017/18, uma modesta, porém contínua, perda de clientes para o México preocupa as grandes indústrias do segmento instaladas no Brasil – Citrosuco, Cutrale e Louis Dreyfus Company, que são representadas pela Associação Brasileira dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR).

Reflexo das negociações que levaram à criação do Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta), que zerou as tarifas no comércio da commodity, essa perda é flagrante nos EUA. Apesar de exportadores de suco em condições normais, os americanos também importam. De acordo com a CitrusBR, na safra 2014/15, o Brasil foi a origem de 59% das compras americanas do produto no exterior, participação que recuou para 50% em 2016/17. A fatia do México subiu pouco na comparação e chegou a 26%, mas até o início desta década dificilmente superava 20%.

O temor dos exportadores de suco de laranja brasileiro está agora concentrado na União Europeia, principal destino das exportações brasileiras. "Quando das negociações da Nafta, foi zerada a tarifa de suco de laranja. Desde então, os mexicanos nos tomaram cerca de 100 mil toneladas por ano. E recentemente a UE anunciou que vai zerar as taxas de entrada para o suco de laranja mexicano, enquanto o Brasil paga tarifas entre 12% e 15%", disse Ibiapaba Neto, diretor-executivo da CitrusBR, ao Valor.

Na safra 2016/17, quando enfrentou problemas de oferta decorrentes de uma quebra da safra de laranja no cinturão formado por São Paulo e Minas, o Brasil foi a origem de 86,6% das importações de suco da UE, ante 91,2% em 2014/15. Já a participação mexicana, mesmo sem a vantagem tarifária negociada, cresceu de 2,1% para 5%. Na melhor das hipóteses, as negociações de Mercosul e UE poderão render uma queda de tarifas de exportação de suco brasileiro para aquele mercado entre sete e dez anos, a depender se o produto é concentrado e congelado (FCOJ) ou pronto para beber (NFC).

"Na mesma esteira, o Japão zerou as taxas de importação para o México, enquanto pagamos 25% ad valorem", disse Ibiapaba.

Conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex/Mdic) compilados pela CitrusBR, nos dez primeiros meses desta safra 2017/18 (julho do ano passado ao último mês de abril) as exportações brasileiras de suco de laranja somaram 941,4 mil toneladas e renderam US$ 1,7 bilhão – crescimentos de 30% e 31%, respectivamente, na comparação com o mesmo intervalo da temporada 2016/17 (Assessoria de Comunicação, 15/5/18)