28/03/2025

Faesp: Farsa de “expulsão” de oposicionista traz reversão de expectativa

 

O rol de testemunhas arroladas por Paulo Junqueira inclui Guilherme Piai, secretário da Agricultura do Estado de São Paulo; Aldo Rebelo, ex-ministro e ex-presidente da Câmara Federal; Francisco Matturro, ex-secretário da Agricultura do Estado de São Paulo, vice-presidente da ABAG – Associação Brasileira do Agronegócio e ex-presidente da Agrishow e Evaristo Eduardo de Miranda, pesquisador durante 40 anos da Embrapa e por três mandatos chefe-geral da Embrapa Territorial por três mandatos

 

Na ótica do presidente sub judice Tirso Meirelles da Federação da Agricultura do Estado de São Paulo – Faesp/Senar e de seus apaniguados e “protegidos seguidores beneficiados” dos fartos recursos do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar, um simples “processo administrativo disciplinar” para excluir Paulo Junqueira, líder do movimento de oposição “Nova Faesp”

seria suficiente para encobrir fraudes e irregularidades que vem sendo cometidas em quase meio século de domínio total e absoluto do “clã Meirelles” na entidade.

 

Mas não é isto que está acontecendo pois este pretenso “processo disciplinar”, já adotado em outras oportunidades por Fábio de Salles Meirelles, que se tornou o mais longevo dirigente sindical patronal da história do País e que, com nada menos do que 12 reeleições, tenta agora transferir o comando da entidade a seu filho através de uma eleição anulada em duas instâncias pela Justiça do Trabalho e que se encontra agora em julgamento no Tribunal Superior do Trabalho em Brasília, provocou grande comoção entre os produtores rurais paulistas e mesmo de outros Estados.

 

Ontem (27) reuniu-se a Comissão Processante formada por Armando Sérgio Prado de Toledo (Presidente), Arthur Migliari Júnior (Relator) e Feres Sabino (Revisor). O resultado da “Comissão de Sindicância Interna”, integrada por Saimon Rosa – que usou o gabinete da presidência para arregimentar apoio de “dirigentes sindicais” contra Paulo Junqueira –, Juliana Canaan – advogada do Senar/SP que, em nome de Tirso Meirelles, impediu o acesso dos dirigentes oposicionistas em evento promovido no final do ano passado em luxuoso resort de Campinas –, e, Thiago Soares – advogado da Faesp – já era conhecido.

 

Foram colhidos os depoimentos de 5 das 10 testemunhas arroladas por Paulo Junqueira em sua defesa, advogado e produtor rural, presidente do Sindicato e da Associação Rural de Ribeirão Preto e da Assovale – Associação Rural do Vale do Rio Pardo: deputado estadual Lucas Bove (PL-SP), Roberto Cestari, José Eduardo Lelis, Mauro Sorge Saquy Júnior e Marcos Mazeti.

 

Outras 5 testemunhas serão ouvidas nos próximos dias através de declarações que serão encaminhadas à Comissão Processante: de Guilherme Piai, secretário da Agricultura do Estado de São Paulo, do ex-ministro e ex-presidente da Câmara Federal Aldo Rebelo, de Evaristo Eduardo de Miranda, que foi chefe-geral da Embrapa Territorial por três mandatos e pesquisador da Embrapa por mais de 40 anos, de Francisco Matturro, ex-secretário da Agricultura do Estado de São Paulo, vice-presidente da Abag – Associação Brasileira do Agronegócio e da Agrishow e de Marco Antonio dos Santos, presidente do Sindicato Rural de Taquaritinga.

“Cartas marcadas”

 

Ao término da reunião de ontem, Paulo Junqueira agradeceu as centenas de manifestações de apoio e solidariedade que recebeu nas últimas horas. “Este processo, remete ao jogo da fraude das cartas marcadas. Não cometemos nenhuma ação que contrarie e atente ao estatuto e ao código de ética da Faesp, ao contrário do que vem ocorrendo na entidade principalmente na tentativa de Fábio de Salles Meirelles em transferir o comando para seu filho”.

 

Ele acrescentou que “as decisões judiciais de anulação por fraude e irregularidade as “eleições” de dezembro de 2023, o não cumprimento de determinações judiciais do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, a perseguição implacável dos sindicatos de oposição com a suspensão total das transferências de recursos do Senar, a queixa-crime rejeitada pela Justiça, são apenas algumas das tantas evidências contra nosso detrator Tirso Meirelles”, afirmou.

 

“Aproveito a oportunidade de agradecer a todos que estão demonstrando solidariedade e apoio ao nosso trabalho. Tenho recebido centenas de mensagens que servem de estímulo para continuar esta luta incansável de acabarmos, de uma vez por todas e definitivamente, com a “Capitania Hereditária no Agronegócio” que transformou a Federação da Agricultura do Estado de São Paulo num vergonhoso balcão de negócios ilegais e imorais”.

 

Canal de Denúncias

 

Diante de quase uma centena de denúncias envolvendo mal feitos praticados pelos Meirelle’s na Faesp e encaminhadas à nossa redação, decidimos abrir um “Canal Direto de Denúncias” que podem ser encaminhadas ao e-mail info@brasilagro.com.br e/ou WhatsApp (16) 99191 5870. As fontes dos denunciantes serão preservadas e as denúncias averiguadas para publicação e posterior encaminhamento aos órgãos de Justiça.

 

Ao mesmo tempo, já disponibilizamos para vários órgãos da Justiça no Estado de São Paulo e também de Brasília, dossiê com todas as reportagens publicadas no BrasilAgro a partir de novembro de 2023 e que contém denúncias fundamentadas e comprovadas sobre irregularidades e abusos cometidos por Fábio de Salles Meirelles, o pai, e por Tirso Meirelles, o filho. As matérias podem ser acessadas na internet e nas nossas redes sociais, incluindo nosso site www.brasilagro.com.br.

 

Vale ressaltar que, até o momento, apesar de algumas poucas tentativas frustradas, Fábio e Tirso Meirelles não ingressaram com nenhuma ação civil ou criminal contra nossos profissionais e diretores, diferentemente do que têm afirmado em reuniões que contam com as presenças de pretensos dirigentes sindicais rurais que nunca exerceram a função de produtores rurais.

 

Ao mesmo tempo, por ordem de Tirso Meirelles, matérias e consultas expedidas a partir dos nossos e-mails “@brasilagro” são automaticamente bloqueados no site “@faespsenar”, o que não deixa de representar tentativa de intimidação e censura determinada pelo presidente sub judice da Federação da Agricultura do Estado de São Paulo (Da Redação, 28/3/25)