FAESP: Líder da oposição defende jornalistas ante ações de Tirso Meirelles
Vanguarda do atraso e retrocesso no agro paulista: Tirso Meirelles, tenta suceder seu pai Fábio de Salles Meirelles que durante quase meio século e 13 reeleições presidiu a Federação da Agricultura do Estado de São Paulo – Faesp/Senar. Presidente sub judice, teve sua eleição anulada por decisão unânime do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região. Agora tenta admoestar, ameaçar e intimidar jornalistas. Foto site Faesp/Senar
Depois de ter sua própria eleição anulada pela Tribunal Regional da Justiça do Trabalho da 2ª Região por irregularidades e fraude; depois de tentar tomar “posse” em evento anunciado para o dia 14 de abril deste ano no majestoso Teatro Municipal de São Paulo; depois, ainda, de perseguir implacavelmente os dirigentes de sindicatos rurais que lhe fazem oposição reduzindo e até mesmo suspendendo repasses federais do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar, o presidente sub judice Tirso Meirelles a exemplo do que fazem notórios ditadores como Nicolás Maduro da Venezuela, tenta intimidar e ameaçar jornalistas.
Para o advogado e produtor rural Paulo Junqueira, presidente do Sindicato e da Associação Rural de Ribeirão Preto, presidente da Assovale – Associação dos Produtores Rurais do Vale do Rio Pardo e líder do movimento de oposição “Nova Faesp”, Tirso Meirelles tenta impor “princípios e régua que não são os nossos. Nossas denúncias ao Poder Judiciário são todas provocadas pelas suas ações e inações. Agora, convenhamos, ameaçar jornalistas, denotam falta de respeito à liberdade de expressão”, afirma.
Ronaldo Knack
No último mês de dezembro, Fábio Meirelles que dirigiu com mão de ferro através de 12 reeleições o comando da Federação da Agricultura do Estado de São Paulo – Faesp/Senar e seu filho Tirso “ungido” para sucedê-lo ingressaram, via judicial, com “pedido de explicações” ao jornalista Ronaldo Knack, fundador, presidente e editor do BrasilAgro. Em várias laudas, ambos procuravam saber detalhes das denúncias que o Site e Clipping Brasilagro vinham publicando.
Qualquer estagiário em direito – e vai aqui todo o nosso respeito a eles... – entenderia que a intenção era formalizar queixa crime contra o jornalista por calúnia, injúria e difamação. Ronaldo Knack foi econômico e objetivo em sua defesa, argumentando que “nada tenho a declarar”. Pai e filho acabaram silenciando certamente pela orientação de seus defensores de que as denúncias publicadas traziam comprovação de irregularidades cometidas e ensejariam ações de denunciação caluniosa.
No último dia 26 de novembro, Tirso Meirelles enviou a mensagem abaixo ao e-mail brasilagro@brasilagro.com.br:
“TIRSO DE SALLES MEIRELLES, brasileiro, portador da cédula de identidade RG nº 8.321.764-2 SSP/SP, inscrito sob o CPF nº 032.357.498-02, residente e domiciliado na Rua Haddock Lobo, 807 – apto 66, Jardim Paulista, São Paulo/SP, CEP: 01414-001 ora denominado Requerente, vem à presença de V.S.ª, expor e requerer o seguinte:
No dia 18/11/2024, este site publicou, a propósito da gestão do Requerente frente à FAESP e SENAR, comentários inverídicos, imprecisos e injuriosos à dignidade e à integridade pessoal, familiar e profissional do Requerente.
Desse modo, vem o Requerente solicitar o exercício de seu direito de resposta, nos termos da Lei 13.188/2015, que garante ao ofendido, em razão de notícia incorreta, inexata ou abusiva, o direito de resposta ou retificação, gratuito e proporcional ao agravo.
Vale apontar que o direito de resposta que ora se formula é faculdade reconhecida ao afetado por uma informação inverídica, inexata ou abusiva de retificar ou contestar, pelo mesmo meio, consistindo em uma modalidade de integração da informação e de esclarecimento de seu conteúdo e que tal modalidade não se confunde com a retratação do autor das declarações, pois é faculdade conferida ao ofendido de obter a veiculação de conteúdo em nome próprio, em efetiva liberdade de expressão. Assim, mesmo que haja retratação do Autor, o presente pedido deve ser atendido.
TIRSO DE SALLES MEIRELLES”
No mesmo dia 26/11, Ronaldo Knack redigiu e tentou expedir via e-mail tirsom@faespsenar.com.br a seguinte mensagem em resposta a Tirso Meirelles:
“Prezado Tirso de Salles Meirelles,
Como profissional responsável pelo BrasilAgro (www.brasilagro.com.br) acolho sua solicitação de resposta, cumprindo assim com o espírito e compromisso democrático adotado nos 25 anos do nosso trabalho com foco na divulgação e promoção do agro nacional e internacional.
A cada matéria envolvendo a Faesp/Senar, temos enviado ao setor de Comunicação da entidade, pedido para que ela se manifeste, todavia, nunca recebemos retorno.
Ronaldo Knack
Presidente do BrasilAgro”
A mensagem não foi distribuída porque o sistema de Tecnologia da Informação da Faesp/Senar determinou “Sempre Rejeitar Mensagens do BrasilAgro Através do AntiSpam Unodata”. No dia 28/11, Ronaldo Knack postou cópias da sua mensagem e a da rejeição pelo AntiSpam Unodata do site da Faesp/Senar, através dos Correios e nominalmente a Tirso Meirelles.
Segundo o registro dos Correios, Tirso Meirelles foi procurado na sede da Faesp/Senar às 15h38 do dia 29/11, às 15h56 de 2/12 e às 15h53 de 3/12, mas em nenhuma destas datas e horário se dispôs a receber os documentos que lhe foram enviados.
João Batista Olivi
João Batista Olivi-Foto Linkedin
Em seu programa “Tempo e Dinheiro” do Notícias Agrícolas, o jornalista João Batista Olivi disse ter sofrido “ameaça” de Tirso Meirelles depois que ele entrevistou Paulo Junqueira presidente do Sindicato e Associação Rural de Ribeirão Preto e também líder do movimento de oposição “Nova Faesp”.
“Recebi uma notificação extrajudicial, que não vale nada, através da qual Tirso Meirelles me cobrou por espaço em nosso programa para rebater as informações prestadas por Paulo Junqueira. Ora, e ele sabe disto, aqui sempre teve e terá o direito de se explicar. Bastaria que sua secretária nos ligasse para agendarmos a sua entrevista. Mas ele preferiu a notificação extrajudicial...”
“Eu gostaria muito de tê-lo em nosso programa para prestar esclarecimentos que interessam ao agro paulista. Por exemplo, como ele explicaria que nos últimos 13 anos o PIB do agro paulista só cresceu 1,8% enquanto que o agro nacional 19,1%.
Com todo o esforço do governador Tarcísio de Freitas para incrementar o agro paulista, infelizmente ele se encontra na rabeira do crescimento nacional. Gostaria também de saber porque cerca de 80 sindicatos rurais paulistas estão presos a gestão Meirelles para receberem repasse das verbas do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar. Seria por questão de votos?”, questionou João Batista Olivi.
A questão do PIB do agro paulista em relação ao PIB do agro nacional foi mencionada por Paulo Junqueira em sua entrevista ao BrasilAgro publicada na última 2ª feira (16):
Agro avança no Brasil mas, com Meirelle’s na Faesp, cresce pouco em SP
BANDEIRA SÃO PAULO-Imagem dreamstinecom
O quase meio século de domínio e gestão do comendador Fábio de Salles Meirelles no comando da Federação da Agricultura do Estado de São Paulo – Faesp, deixou além de incontáveis escândalos denunciados pela mídia nacional, um processo de retrocesso do agronegócio paulista. A situação se agravou com a tentativa de manter o filho Tirso como seu sucessor, num processo eleitoral cheio de denúncias e fraude contestados na justiça.
Segundo o presidente do Sindicato e Associação Rural de Ribeirão Preto, coordenador da chapa “Nova Faesp” de oposição na Faesp/Senar Paulo Junqueira, “o PIB (Produto Interno Bruto) do agro paulista andou devagar nos últimos anos. Em 13 anos, a alta foi de apenas 1,8%, abaixo dos 19,1% do agro nacional”. Ele acrescenta que “a evolução acumulada de 2010 a 2023 foi de apenas 1,81%, em termos de renda real. Essa taxa ficou muito abaixo dos 19,1% registrados pelo PIB nacional do setor”.
E lembra que “levantamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) com a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) indicou que o PIB paulista do agronegócio é de R$ 610 bilhões, predominantemente voltado para o ramo agrícola. Este somou R$ 510 bilhões em 2023, atingindo 84% do total. O restante ficou com a pecuária”.
Paulo Junqueira explica que “a principal pressão sobre o PIB do agro veio da agroindústria, que caiu 8,3% nos últimos 13 anos, em especial o da indústria agrícola, cujo recuo foi de 10,1%. A perda de ritmo nesse setor afetou também o PIB de agrosserviços, que registrou retração de 4,3% desde 2010. Não por acaso, este é o verdadeiro legado de Fábio Meirelles deixa em seus 48 anos de presidência da Faesp, lembrando que a situação se agravou dramaticamente com a ascensão de seu filho Tirso à presidência da Faesp/Senar ocupada há meses sub judice”.
12 perguntas que jornalistas gostariam de fazer a Tirso Meirelles:
Tirso e seu progenitor Fábio de Salles Meirelles. Foto Reprodução - Blog Bastidores da Notícia Dracena
- Como explica a decisão do TRT-2 em invalidar sua eleição em dezembro passado, por irregularidades e fraude no processo eleitoral:
- O que lhe inspirou para fazer a festa de sua autoposse no Theatro Municipal de São Paulo em 14 de abril deste ano, mesmo sabendo que a Justiça do Trabalho anulou a eleição de dezembro por irregularidades e fraude?
- Por que os sindicatos rurais que lhe fazem oposição estão tendo redução e até suspensão dos repasses do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar?
- Por que se retirou do Royal Palm Plaza Resort Campinas às pressas com a chegada da Polícia Militar chamada ao local por dirigentes sindicais rurais que tiveram seu acesso ao evento promovido pela Faesp/Senar negado?
- Durante o último processo eleitoral municipal, o que ocorreu com o candidato que apoiou ostensivamente em Fernandópolis?
- Quais as vantagens para os produtores rurais paulistas do programa “Semeadoras do Agro”?
- Quanto custa e qual a origem dos recursos para o programa “Semeadoras do Agro”?
- Quais serviços que presta a Connect Assessoria, cuja sócia é a sua companheira e vice-presidente do “Semeadoras do Agro”, a psicóloga Juliana Farah, para a Faesp/Senar e qual o custo da entidade com estes serviços?
- O senhor tem sido acusado de não ser produtor rural. Em que município e desde quando exerce esta atividade?
- Por que, há um ano, se nega a participar de um debate público com o líder do movimento “Nova Faesp” de oposição às suas atividades?
- Como explica que nos últimos 13 anos, o PIB do agro paulista só cresceu 1,8% enquanto o PIB do agro nacional cresceu 19,1%?
- Qual é o legado que seu pai, comendador Fábio de Salles Meirelles, deixa para o agro paulista depois de quase meio século do comando da Federação da Agricultura do Estado de São Paulo – Faesp/Senar, em gestão recheada de denúncias feitas pela mídia nacional?
Não é presidente, está presidente: Como os áulicos que o cercam o vêem
Texto publicado no último dia 2 de agosto deste ano publicado no site da Faesp/Senar:
Celebramos o aniversário do presidente da Faesp; economista e administrador, lidera iniciativas para melhorar o setor em São Paulo e trabalha para apoiar pequenos produtores, pela inovação e eficiência no campo.
Economista e administrador de empresas, pós-graduado em Políticas Públicas, Tirso de Salles Meirelles tem dedicado sua vida exclusivamente para o agro. Seu primeiro emprego foi no Banco de Desenvolvimento do Estado de São Paulo (Badesp).
Quando secretário municipal em Sertãozinho e presidente do Conselho Nacional de Pecuária de Corte (CNPC), por duas gestões (2011-2015 e de 2015-2018), atuou fortemente no combate à febre aftosa, que resultou na certificação do Brasil como livre de aftosa com vacinação pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) em maio de 2018.
No Sebrae-SP, onde ingressou em 2000 e passou por diversas funções. Chegou à presidência em 2019 com foco no desenvolvimento de novos mercados. Tornou-se referência no agronegócio pela grande atuação na busca de melhores condições para homens e mulheres do campo.
E a história do presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), Tirso Meirelles, começa cedo na fazenda da família, em Franca, interior paulista.
Com a mãe, professora e produtora rural, Ivelle Lacerda Meirelles, Tirso aprendeu a importância de inovar no campo e com o pai, Fábio de Salles Meirelles, compreendeu que o desenvolvimento agropecuário depende da união de esforços dos produtores rurais.
Atualmente na Faesp, eleito presidente em 2023, vem trabalhando pela aproximação dos pequenos e médios produtores rurais, que representam a maioria das propriedades paulistas.
Tirso sabe da necessidade de se promover a eficiência no campo e acredita que espaços como o Centro de Excelência da Cana-de-Açúcar, em Ribeirão Preto, e o Centro de Formação Rural, em São Roque, são essenciais para dar mais qualidade e produtividade ao setor agro em todo estado.
Presença constante em todas as discussões para a finalização do processo do Cadastro Ambiental Rural (CAR), que garante segurança jurídica aos proprietários, e grande incentivador do Projeto Integrar, que identifica a força de trabalho rural e mapeia as vocações regionais, trabalha incansavelmente para mostrar a magnitude da agropecuária paulista.
Líder por excelência, Tirso de Salles Meirelles é voz dos produtores rurais que fazem o agro de sucesso no estado de São Paulo” (Da Redação, 20/12/24)