Faesp: Presidente sub judice assiste abertura de evento de café da 2ª fila
Foto Arquivo Pessoal
Na abertura oficial da 5ª Alta Café - Feira de Negócios e Tecnologia da Alta Mogiana, no Clube de Campo de Franca (SP) nesta última 2ª feira (7), uma cena chamou a atenção das autoridades e produtores de café que prestigiavam o evento. Ficou evidente e marcante o desprestígio, constrangimento e a aversão à figura do presidente sub judice Tirso Meirelles, da Federação da Agricultura do Estado de São Paulo – Faesp/Senar, que teve que ocupar lugar na 2ª fila das autoridades, mesmo tendo cadeiras vazias à sua frente na 1ª fileira.
Desde que foi ungido pelo pai – Fábio de Salles Meirelles – Tirso Meirelles têm se empenhado em perseguir, implacavelmente e irresponsavelmente, todos aqueles que corajosamente o enfrentam usando estratégias de comunicação que envolvem a grande mídia nacional, as redes sociais e também o âmbito da Justiça. A reciprocidade que vem colhendo, pode ser medida no comentário feito por um dos maiores produtores de café da Alta Mogiana presentes ao evento: “Não nos representa!”
Tirso Meirelles e seus apaniguados se agarram ferozmente aos polpudos recursos que os produtores rurais paulistas pagam na proporção de 0,2% do que produzem ao Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar. Mas, vergonhosamente, estes recursos não revertem em favor dos municípios e regiões que formam o principal cinturão de produção das duas principais culturas agrícolas do Estado de São Paulo, a cana-de-açúcar e a laranja.
Sindicatos como os das regiões de Ribeirão Preto e Araraquara, por exemplo, que integram o grupo de oposição “Nova Faesp”, depois da eleição no início de dezembro de 2023 que “elegeu” Tirso Meirelles para a presidência da Federação da Agricultura do Estado de São Paulo – Faesp/Senar, que foi anulada pelo Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região e se encontra em Brasília no Tribunal Superior do Trabalho, viram seus repasses do Senar serem reduzidos de 60% a 80%.
E no exercício de 2025 a redução atingiu 100%. Enquanto isto, Juliana Farah, companheira do presidente sub judice Tirso Meirelles, percorre o interior do Estado de São Paulo levando seu movimento “Semeadoras do Agro” cujos propósitos não passam de reuniões festivas e de congraçamento. Produtores rurais questionam os valores gastos nestas andanças e a origem dos recursos para bancá-los.
A demissão sumária e desrespeitosa de instrutores contratados pelo Senar, muitos dos quais com décadas de excelentes serviços prestados na formação e requalificação de trabalhadores nas lavouras paulistas, também servem para mostrar o abuso e desrespeito praticado pelo presidente sub judice, que é o mesmo que tentou organizar, no último dia 14 de abril, grandioso e majestoso evento de auto posse no Theatro Municipal de São Paulo, que acabou sendo suspenso por decisão do TRT-2ª Região.
Tirso Meirelles vem descumprindo sentenças do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo e agora tenta excluir do Conselho de Representantes da Faesp, Paulo Junqueira, advogado e produtor rural, presidente do Sindicato e Associação de Ribeirão Preto e da Assovale – Associação Rural Vale do Rio Pardo.
Para tanto, criou uma “Comissão de Sindicância Interna”, formada pelo seu principal assessor, Saimon Rosa, que usou e usa o gabinete da presidência da Federação, incluindo e-mail do presidente, para arregimentar apoio de presidentes de sindicatos rurais em seu propósito.
Saimon Rosa enviou mensagens padronizadas, por e-mail, com texto que tenta desqualificar Paulo Junqueira. Conseguiu 57 assinaturas, sendo pelo menos uma em duplicidade e outra de sua companheira Juliana Farah, dos 230 sindicatos rurais paulistas. A comissão também é integrada pela advogada Juliana Canaan, que no final do ano passado, impediu, em nome do presidente sub judice Tirso Meirelles, o acesso de dirigentes sindicais da oposição de participarem de seminário do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar, no Royal Palm Plaza Resort Campinas.
Além do falso documento produzido pela assessoria da presidência da Faesp, Tirso Meirelles e seu pai, Fábio de Salles Meirelles (que durante 48 anos presidiu a Faesp mediante 12 reeleições mantendo-se como o mais longevo presidente do patronato brasileiro) ingressaram com queixa-crime contra Paulo Junqueira por crimes de calúnia, injúria e difamação. Tivessem obtido êxito na ação, usariam a sentença condenatória como principal argumento para o processo de exclusão.
Mas, a estratégia falhou e houve reversão de expectativa. O juiz titular da 4ª Vara Criminal de Ribeirão Preto, Lúcio Alberto Eneas da Silva Ferreira, sumariamente rejeitou a ação. Ainda nesta 2ª feira (7) ele manteve sua decisão, conforme o documento abaixo (Da Redação, 9/4/25)
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
COMARCA DE RIBEIRÃO PRETO
FORO DE RIBEIRÃO PRETO
4ª VARA CRIMINAL
Rua Alice Alem Saadi 1010, Sala 116 - Nova Ribeirania
CEP: 14096-570 - Ribeirão Preto - SP
Telefone: 16-3629-0004 - E-mail: ribpreto4cr@tjsp.jus.br
DESPACHO
Processo nº: 1048881-88.2024.8.26.0506 C. 2024/000910
Classe – Assunto: Crimes de Calúnia, Injúria e Difamação de Competência do Juiz Singular
Autor: Justiça Pública e outros
Autor do Fato: Paulo Maximiano Junqueira Neto
Juiz de Direito: Dr. Lúcio Alberto Eneas da Silva Ferreira.
Já apresentadas as razões (fls. 178/218) e contrarrazões (fls. 225/244) de recurso, além do parecer do Ministério Público (fls. 249/252).
Em juízo de retratação, verifico que as razões do recurso não me convenceram de eventual equívoco na decisão recorrida, por isso fica a mesma mantida pelos seus próprios fundamentos.
Encaminhem-se os autos ao Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo para julgamento, observando-se as formalidades legais.
Intime-se.
Ribeirão Preto, 07 de abril de 2025.