14/11/2023

Faesp: Vanguarda do atraso quer, a qualquer custo, manter o controle

Faesp: Vanguarda do atraso quer, a qualquer custo, manter o controle

Fabio de Salles Meirelles e Tirso Meirelles - Foto 8.12.2019 - Sampi  Net Com   - Reprodução

Fábio Meirelles, que comanda o mais longevo feudo sindical patronal da história do País e Tirso, o filho escolhido para sucedê-lo depois de meio século de comando da Faesp, a Federação da Agricultura do Estado de São Paulo.

 Editorial BrasilAgro

As eleições na Federação da Agricultura do Estado de São Paulo – Faesp, marcadas para o próximo dia 4 de dezembro, podem acabar com o ciclo feudal imposto pelo comendador Fábio Meirelles há meio século na entidade que deveria ser referência na representação sindical patronal da agricultua e da pecuária no Estado de São Paulo.

 Mantendo a estratégia de manter assegurada renda para seus filhos às custas dos recursos da instituição, de acordo com sucessivas denúncias públicas feitas por veículos de comunicação como as revistas Veja e Oeste e de jornais como a Folha de São Paulo, do alto dos seus 95 anos, Fábio considerado o mais longevo pelego do sindicalismo brasileiro, indicou seu filho Tirso para sucedê-lo no comando da Faesp.

 Tirso Meirelles já sonhou em ser deputado federal mas não teve nem apoio e nem competência suficientes para chegar a Brasília. É verdade que teve um “atropelo” no meio do caminho, mas, convenhamos, este foi um problema para outras esferas da Justiça do que a representatividade sindical patronal do agro paulista. Tirso tem gasto boa parte do seu tempo em viagens pouco a ver com o agro paulista para Dubai, Mônaco e Nova York, dentre outros paraísos turísticos segundo recentes denúncias veiculadas pela imprensa.

 Neste meio século de domínio total e absoluto da Faesp, a instituição ao contrário de outras federações sindicais rurais do País, nunca demonstrou a vocação para o salto de modernidade e protagonismo que o setor atingiu interna e externamente. No setor da cana-de-açúcar, por exemplo, que representa 35% da economia  rural paulista, não há registro de nenhuma ação a favor dos produtores desta cultura neste período.

 Na verdade “Fábio & Família Empregada” nunca se engajaram em avanços importantes como a da economia verde, questões do meio-ambiente, da agricultura 4.0 e 5.0, do mercado de carbono, hidrogênio, biometano, inteligência artificial, drones, veículos, tratores e máquinas agrícolas elétricos e autônomos.

Tirso com o pai comendador Fábio Meirelles. Foto Blog, Bastidores de Natícia Dracena

  As sucessivas reeleições do patriarca mais odiado dos verdadeiros produtores e dirigentes sindicais do agro paulista lembram mais o passado, a tração animal, a conversa fiada, a naftalina do que as mudanças que se impõem e transformam o Brasil na liderança da produção e exportação global de alimentos, fibras e energias limpas e renováveis.

 Os recursos de marketing da instituição, ao invés de serem investidos em estratégias para o conhecimento e disseminação das novas tecnologias vem sendo gastas em patrocínio de colunistas sociais e na compra de títulos e comendas que só servem para inflar o ego do “bom pai”.

 Agora mesmo trava-se, junto com a campanha que tenta emplacar uma chapa de oposição ao feudo patronal sindical do clã Meirelles uma batalha jurídica que pode embaralhar a tentativa de emplacar o sucessor Tirso na presidência. A batalha está, neste momento, em andamento na Justiça do Trabalho (tão defenestrada por denúncia publicada na matéria principal e de capa do O Estado de S.Paulo de ontem (13) e republicada no www.brasilagro.com.br...) e tudo leva a crer quer terá importantes desdobramentos comprometendo a gestão de uma eventual e pouco provável vitória do filho do ainda presidente.

 As conhecidas “chicanas jurídicas” (dificuldades criadas, no decorrer de um processo judicial, pela apresentação de um argumento com base em um detalhe ou ponto irrelevante; abuso dos recursos, sutilezas e formalidades da justiça; o próprio processo judicial (de forma pejorativa); contestação feita de má-fé; manobra capciosa, trapaça, tramóia) já detectadas mostram que além da disputa de novos nomes para o comando da Faesp, muita água poluída vai rolar desnudando e ampliando o rol de denúncias de malfeitos do clã Meirelles.

 E, com certeza, pode comprometer uma futura gestão que dará mais um mandato para assegurar o emprego e benesses dos filhos de Fábio na Faesp. É esperar e conferir! (Da Redação, 14/11/23)