Faesp/Senar: Condenado por triplo homicídio tenta se impor como presidente
Legenda: Tirso Meirelles foi condenado em 2016 a 2 anos e 11 meses de prisão, por triplo homicídio culposo. O laudo da perícia revelou que o Ford Edge conduzido por Tirso cruzou a frente e se chocou ao Fiat Uno da família Silva, vitimando no local três de quatro de seus membros: Jandemi Missias da Silva, 47 anos; sua esposa, Elizete Aparecida Silva, de 46 anos; e a filha deles, Izabella Missias da Silva, de 12 anos (Transcrito da Revista Oeste, edição de 28/4/2023. Todos os detalhes do triplo homicídio culposo estão na transcrição das matérias abaixo no maior site de notícias do Brasil, g1 do Grupo Globo e do jornal de maior tiragem do País, a Folha de S.Paulo)
Nesta última 2ª feira (4) convidados por um simples ofício-circular, com assinatura eletrônica do presidente Fábio Meirelles, dirigentes sindicais alinhados à candidatura do seu filho Tirso, o elegeram como novo presidente da entidade em sucessão aos mandatos que se somam a meio século. O grupo chegou a São Paulo já no domingo e ficou hospedado, com diárias pagas pela Faesp/Senar, no Hotel Gran Corona. A eleição, sub judice, pode ser anulada, segundo fonte da chapa de oposição que promete impugnar judicialmente “toda e qualquer ação e ilicitude cometidos pelo clã liderado pelo comendador Meirelles”.
Curiosamente o site www.faespsenar.com.br não publicou antes da 2ª feira uma linha sequer do evento antecedido pelo rega-bofe embora, dias antes, tenha publicado texto acompanhado de 53 fotos mostrando uma visita frustrada ao Palácio dos Bandeirantes de Tirso Meirelles acompanhado de senhoras, todos vestindo camiseta ostensivas e aludidas de sua campanha à presidência da Faesp/Senar em flagrante imoralidade, ilegalidade e desrespeito.
Impugnação
O coordenador da chapa de oposição “Nova Faesp”, Paulo Junqueira, advogado, empresário do agronegócio e presidente do Sindicato e da Associação Rural de Ribeirão Preto, em vídeo ontem gravado e divulgado em suas redes sociais, confirmou que entregaria nesta 3ª feira na secretaria da Faesp/Senar os documentos para a inscrição da sua chapa, seguindo a determinação da Juíza Dra. Márcia Sayori, da 23ª Vara do Trabalho de São Paulo em sentença de 28/11/23 que anulou as eleições marcadas para esta 2ª feira.
Segundo ele, com a eleição convocada para o dia 4/12 anulada e, com nova eleição já agendada para o próximo dia 18/12 por edital publicado pela Faesp/Senar, atendendo a determinação da decisão judicial, a entidade ingressou com reclamação de 2ª instância que foi questionada pela chapa oposicionista.
A desembargadora que acolheu estes documentos deu 5 dias para que a entidade se manifestasse e a decisão do efeito suspensivo caberá ao plenário. Vale ressaltar que a chapa de oposição teve êxito na ação que denunciava fraude e falta de isonomia do processo eleitoral em curso.
Coronéis da reserva do Exército, “assessores da presidência”
Coronel Carlos Alberto Demeterco. Foto Blog Alamy
e
Coronel Ramos. Foto Linkedin, acompanharam a tentativa de entrega dos documentos com o claro objetivo de intimidar e constranger os procuradores da chapa de oposição.
Sonho de verão- filho suceder o pai no comando da Faesp/Senar. Montagem e Reprodução-Divulgação
No início da tarde de ontem (5) houve tentativa frustrada de apresentação e entrega dos documentos por parte de procuradores da chapa oposicionista na secretaria da Faesp, que estavam acompanhados de uma cartorária. Os funcionários Maria Lucia (presidente da comissão eleitoral) e Simon justificaram a recusa de receberem a documentação “em razão da eleição ter sido realizada nesta 2ª feira”.
A funcionária Maria Lucia se nega a receber documentos levados por procuradores da chapa “Nova Faesp”. Foto Divulgação
Alegaram que a comissão eleitoral fora desfeita em razão do “pleito realizado”. Ambos se fizeram acompanhar pelos coronéis da reserva Carlos Alberto Demeterco e Ramos, apresentados como “Assessores da Presidência da Faesp”, que de forma intimidatória tentaram constranger os procuradores e acompanharam a tentativa de entrega dos documentos feita na recepção do prédio da Faesp/Senar.
Com a chegada dos procuradores da chapa de oposição à sede da Faesp/Senar, Tirso Meirelles abandona às pressas o prédio e, acompanhado de um segurança, embarca num carro que o aguardava estacionado no calçadão da rua Barão de Itapetininga . Foto Divulgação
Os coronéis demonstraram impaciência e irritação quando um dos procuradores tirou fotos do Edital de Convocação para a Eleição do próximo dia 18 que está afixado do lado de dentro do prédio da Faesp/Senar. Antes disto, fotos registraram a saída “às pressas” de Tirso Meirelles do prédio da entidade, acompanhado de um segurança e embarcando em um veículo preto da locadora Localiza.
Edital de convocação para eleições dia 18/12 afixado na parte interna da recepção da Faesp Senar. Foto Divulgação
“Ogro do agronegócio”
Os últimos acontecimento envolvendo o processo sucessório da Faesp/Senar mereceram alerta por parte de um dos integrantes da chapa oposicionista: “Já era de se esperar a transformação deste pleito sucessório numa guerra pois ninguém que ocupa há meio século o comando da entidade quer deixar o poder. Este raciocínio, no entanto, remete ao fascismo, ideologia política autoritária caracterizada por poder ditatorial e repressão da oposição por via da força”.
O mesmo dirigente sindical afirma que “quando a ministra do Meio Ambiente Marina Silva chama, com razão, parte do agronegócio de “ogro”, ressaltando que se trata de uma minoria de menos de 2% do setor, ela está com a razão. Assim como e infelizmente também tem razão o presidente Lula quando chama este mesmo percentual do setor de fascistas. É duro ter que reconhecer que ambos têm razão, mas fascistas e representantes do “ogro” tem nomes, CPF e DNA”.
Paulo Junqueira confirmou que dezenas de novos apoios à chapa “Nova Faesp” foram manifestadas nas últimas horas a partir das denúncias que estão sendo feitas pela mídia. “Nossos telefones não param e há um clima de insurreição dentre os produtores e dirigentes rurais conscientes e responsáveis. Ninguém quer ser cúmplice ou omisso no nosso esforço de levarmos a moralidade, a ética, o respeito e todos agora contestam o processo eleitoral viciado que o “clã Meirelles” infelizmente tenta impor”.
“Seremos implacáveis na apuração de todas as denúncias que nos estão sendo encaminhadas. Juntos com auditores independentes e representantes dos Ministérios Público Estadual e Federal vamos abrir todas as caixas-pretas que se formaram neste meio século de desmandos e desvios. A Ouvidoria do Senar e a Advocacia Geral da União também serão acionadas para que as denúncias sejam apuradas e os responsáveis sejam julgados por tudo isto que a imprensa têm denunciado.”, conclui.
Tríplice homicídio culposo: Álcool ou drogas? Ou ambos?
A eleição para presidência e nova diretoria da FAESP – Federação da Agricultura do Estado de São Paulo, marcada este mês de dezembro, trouxe toda a sorte de denúncias contra o “Clã dos Meirelles”, referência ao meio século que o atual presidente, comendador Fabio Meirelles, comanda a instituição.
Na verdade, as notícias veiculadas pela mídia nacional, têm dado mais espaço para escândalos e notícias envolvendo Fabio e seu filho Tirso ungido para sucedê-lo nas eleições de dezembro. Chicanas jurídicas têm sido utilizadas para proteger o “clã”, para descumprir o estatuto da instituição e evitar que produtores rurais lançassem uma chapa de oposição.
Na matéria abaixo transcrita veiculada pela Folha de S.Paulo, fica evidente que o Judiciário brasileiro não se limita a soltar apenas líderes do tráfico e milicianos que deveriam ficar presos e cumprir suas penas. Serve também, em conhecidos casos, para encobertar ou cobrir crimes cometidos por determinados “figurões endinheirados”. Não é preciso um olhar com lupa para descobrir casos do que vem ocorrendo. Segue um exemplo:
“Justiça de SP leva 2 meses para avisar Tirso Meirelles sobre veto para ir a bares. Ele foi condenado por acidente que matou três; intimação ocorreu após questionamento da Folha de S.Paulo.
Tirso foi condenado e proibido de “frequentar bares, casas noturnas, boates, prostíbulos e outros estabelecimentos de lazer noturno ou de reputação duvidosa”. “Poucos dias, depois foi flagrado em uma festa que uniu apreciadores de charutos e uísques numa charutaria no centro de São Paulo. Ainda foi a outro evento no dia seguinte”.
Ainda sobre o acidente, o portal g1 da Rede Globo em matéria também abaixo transcrita, informa que “mesmo sem ter feito exame que comprovasse a embriaguez ao volante de Meirelles (Tirso), o juiz considerou os depoimentos dos policiais que atenderam a ocorrência e que relataram o comportamento do réu. Antes do acidente, o empresário havia participado de uma festa”.
Tirso Meirelles foi condenado a 2 anos e 11 meses de reclusão e teve suspensa a habilitação por igual período, mas o juiz substituiu a pena por uma outra que o obriga a pagar 30 salários mínimos a uma instituição a ser designada pela Justiça. A defesa de Meirelles sustentou que o carro dele, um Ford Edge, foi atingido pelo carro em que a família seguia após o motorista invadir a pista contrária, mas o laudo da perícia comprovou o contrário (Da Redação, 6/12/23)
Matéria: Justiça de SP leva 2 meses para avisar Tirso Meirelles sobre veto para ir a bares
Tirso Meirelles, chefe do Sebrae, foi condenado por acidente que matou três; intimação ocorreu após questionamento da Folha.
Por José Marques
22.ago.2019 às 8h08
A Justiça do Estado de São Paulo levou dois meses e meio para notificar eletronicamente a defesa do chefe do Sebrae-SP, Tirso de Salles Meirelles, de sua condenação por um acidente que matou três pessoas de uma mesma família em 2010.
No dia do episódio, ele voltava de uma festa e dirigia na contramão da rodovia.
Em 5 de junho deste ano, o juiz Augusto Rachid Bittencourt Silva considerou o caso transitado em julgado (sem possibilidade de recursos) e determinou que fosse expedida a guia da execução da pena, que condenou Tirso à proibição de “frequentar bares, casas noturnas, boates, prostíbulos e outros estabelecimentos de lazer noturno ou de reputação duvidosa”.
No entanto, a intimação a respeito da decisão foi publicada apenas nesta quarta (20), após a Folha questionar sobre o andamento do processo.
Sem o impedimento de ir a esses locais, Tirso esteve no último dia 13 em uma festa que uniu apreciadores de charutos e uísques numa charutaria no centro de São Paulo. Ainda foi a outro evento no dia seguinte.
Organizada pelo “Alma Premium”, grupo que promove encontro de líderes empresariais, a festa dos charutos reuniu homens da elite paulistana em um espaço privativo, com direito ao lançamento de um drinque exclusivo aos frequentadores.
Participantes do evento brincaram em grupo de WhatsApp que, no dia, era até “melhor avisar ao Corpo de Bombeiros que a fumaça é charuto e não fogo”.
Com um cálculo de 402 presentes, a reunião teve distribuição de carteirinhas de sócios do clube privado e, segundo os organizadores, presença de “líderes empresariais, personalidades brasileiras multisetoriais, autoridades políticas, do Judiciário, Ministério Público, senadores, deputados, vereadores e profissionais liberais”.
Além da proibição de frequentar determinados locais, Tirso terá que pagar 30 salários mínimos a uma entidade indicada pela Justiça.
Formalmente, o cargo dele no Sebrae paulista é o de presidente do conselho deliberativo, composto por 13 conselheiros. Ele tem mandato até 2022 e é indicado pela Faesp, a federação da agricultura do estado, comandada por seu pai, Fábio Meirelles, há mais de 40 anos.
Ele começou a trabalhar no Sebrae ainda quando seu pai era conselheiro titular, o que rendeu à entidade uma investigação do Ministério Público de São Paulo por suspeita de nepotismo.
Em 2010, Tirso pretendia se candidatar a deputado federal. Ao retornar de uma festa de campanha em Franca (nordeste de São Paulo), ainda de dia e sem chuva no local, invadiu a pista contrária da SP-345, sentido Barretos, e colidiu seu Ford Edge V6 com um Fiat Uno.
No outro veículo, estavam Jandemir Missias da Silva, 47, a mulher dele, Elizete Aparecida Silva, 46, e a filha do casal, Izabella Missias da Silva, 12. Os três morreram na hora com o impacto.
No início do processo, a defesa de Tirso culpou Jandemir pelo acidente e alegou que o motorista do Uno havia invadido a pista contrária. O laudo pericial, porém, apresentou marcas de pneus, manchas de óleo e estilhaços dos veículos para comprovar o contrário.
Foi o carro de Tirso que cruzou a direção do veículo em que estava a família Silva, segundo a perícia. Tirso e pessoas que estavam com ele na festa disseram que ele não ingeriu bebida alcoólica no dia. Na ocasião não foi feito exame para saber se havia vestígio de álcool ou drogas em seu sangue. Ele foi hospitalizado com ferimentos na bacia, cinco vértebras e houve deslocamento do pescoço.
O presidente do conselho deliberativo do Sebrae-SP, Tirso Meirelles, em evento privado numa charutaria de São Paulo - Reprodução
No ano passado, Tirso fez um acordo civil com a outra filha do casal morto, Karen Missias, e se comprometeu a pagar R$ 648 mil pelos danos. O pagamento foi dividido em 18 vezes. Na parte criminal, ele recorreu do processo até o Superior Tribunal de Justiça e acabou derrotado.
Porém sua pena, inicialmente de 2 anos e 11 meses de prisão, foi revertida para a restrição de ir a locais como bares e estabelecimentos de lazer noturno e à prestação pecuniária a uma entidade.
A nova condenação foi dada no dia 2 de maio, por um juiz de São João da Barra (SP) e, em 5 de junho, foi determinada a guia de execução.
O Tribunal de Justiça informou, no entanto, que a guia de execução foi enviada apenas na última sexta-feira (16) a São Paulo, onde Tirso mora. Questionado a respeito da demora, o órgão não se manifestou.
Tirso ainda será informado sobre qual entidade será beneficiada com a punição de 30 salários mínimos que ele terá que pagar.
Procurado, o advogado do presidente do conselho do Sebrae-SP, Rodrigo Richter Ventenole, reiterou que não houve descumprimento da pena de seu cliente ao participar de festa porque ele ainda não havia sido intimado da execução. Ventenole sempre afirmou que seu cliente é inocente.
Matéria: Acusado de matar família em colisão é condenado a pagar 30 salários em SP
Carro de empresário invadiu contramão e matou pai, mãe e filha, em 2010.
Pena de reclusão foi substituída por privação de direito; ele pode recorrer.
Do G1 Ribeirão e Franca
03/06/2016 10h17 - Atualizado em 03/06/2016 10h22
Fiat Uno onde a família viajava ficou completamente destruído no acidente (Foto Reprodução EPTV)
A Justiça condenou o empresário Tirso de Salles Meirelles ao pagamento de 30 salários mínimos pela morte de três pessoas da mesma família em um acidente de trânsito em São Joaquim da Barra (SP), em junho de 2010.
Segundo o Ministério Público, o carro dirigido por Meirelles, que na época era candidato a deputado federal, invadiu a contramão da Rodovia Prefeito Fábio Talarico, sentido Franca-Barretos, e bateu contra um Fiat Uno, onde estavam pai, mãe e filha.
Jandemir Missias da Silva, de 47 anos, a mulher dele, Elizete Aparecida Silva, de 46 anos, e a filha do casal, Izabella Missias da Silva, de 12 anos, morreram na hora. Meirelles sofreu ferimentos graves e foi socorrido.
Defesa culpa carro da família
A defesa de Meirelles sustentou que o carro dele, um Ford Edge, foi atingido pelo carro em que a família seguia após o motorista invadir a pista contrária, mas o laudo da perícia comprovou o contrário.
Os advogados do empresário alegaram ainda que a incidência da luz do sol comprometeu a visão do motorista, que acabou perdendo o controle da direção do carro ao passar por um desnível na estrada em obras.
Em sua decisão, o juiz Rafael Martins Donzelli, da 1ª Vara de São Joaquim da Barra, considerou que “a existência ou não de luminosidade solar não é fato imprevisto ou imprevisível, sendo que todos os condutores que optam por conduzir seus veículos em determinado horário devem se acautelar devidamente para evitar acidentes.”
Sobre as obras que ocorriam no trecho e ao desnível citado pela defesa, o magistrado entendeu que não houve a devida atenção por parte do empresário.
Mesmo sem ter feito exame que comprovasse a embriaguez ao volante de Meirelles, o juiz considerou os depoimentos dos policiais que atenderam a ocorrência e que relataram o comportamento do réu. Antes do acidente, o empresário havia participado de uma festa.
Meirelles foi condenado a 2 anos e 11 meses de reclusão e teve a suspensa a habilitação por igual período, mas o juiz substituiu a pena por uma outra que o obriga a pagar 30 salários mínimos a uma instituição a ser designada pela Justiça. Ele também foi proibido de frequentar bares, casas noturnas, bares, prostíbulos e qualquer outro estabelecimento de lazer noturno por 2 anos e 11 meses.
O empresário poderá recorrer da decisão em liberdade.