Faesp/Senar: Sindicatos da oposição perdem 100% dos recursos para cursos
Tirso Meirelles, que fugiu do resort Royal Palm Plaza Resort Campinas, ao lado de Juliana Alcazar Farah, sua companheira, e vice-presidente da Comissão de Semeadoras do Agro da Faesp/Senar que promove convescotes pelo interior paulista. Foto Reprodução Facebook
O presidente eleito sub judice na Federação da Agricultura do Estado de São Paulo – Faesp/Senar, Tirso Meirelles, mantém sua determinação em perseguir e prejudicar aos dirigentes dos sindicatos rurais paulistas que se opõem e não aceitam que a principal e maior entidade de produtores rurais do país se mantenha sob o comando do “clã Meirelles” que a transformaram em um “puxadinho” dos interesses de uma família que há quase meio século a transformou em uma “capitania hereditária do agronegócio".
Em dezembro de 2023, o então presidente comendador Fábio de Salles Meirelles, detentor das marcas de mais longevo presidente do sindicalismo patronal brasileiro e de 12 reeleições sucessivas, decidiu fazer do filho Tirso seu sucessor, através de um processo eleitoral que foi anulado pelo Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região em 1ª e 2ª instâncias. Mesmo assim, ele chegou a marcar sua posse no último dia 14 de abril no Theatro Municipal de São Paulo.
Novamente o TRT-2 se manifestou impedindo a posse atendendo ao pedido dos sindicatos de oposição que provaram irregularidades e fraude nas eleições. A partir daí, Tirso Meirelles personificou o despeito e passou a perseguir cada um dos dirigentes sindicais do grupo de oposição “nova Faesp”, cortando deles verbas federais transferidas pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar e prejudicando milhares de pessoas interessadas em sua formação e qualificação profissional.
No último dia 11 de novembro, durante o “2º Encontro de Coordenadores do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar de 2024”, realizado no Royal Palm Plaza Resort Campinas, dirigentes sindicais de algumas das mais importantes regiões do agro paulista, foram impedidos de participar do evento por determinação de Tirso Meirelles e acabaram chamando a Polícia Militar que registrou Boletim de Ocorrência.
ROYAL PALM TOWER Foto Divulgação
Enquanto os policiais registravam detalhes das denúncias destes dirigentes sindicais, Tirso Meirelles foi visto evadindo-se em desabalada corrida do “Resort Mais Charmoso de São Paulo” e criando uma cena dantesca perante hóspedes que estranharam e se divertiram com a presença da polícia no luxuoso hotel. Depois do ocorrido, o presidente sub judice tentou intimidar e ameaçar jornalistas não conseguindo alcançar seus objetivos
2025 corte total dos recursos
Com o início de novo exercício fiscal de 2025, os dirigentes sindicais do grupo de oposição que no ao passado viram suas verbas para os cursos serem reduzidas entre 60% a 80% foram agora surpreendidos com o corte total desta transferência. Sindicatos das duas principais regiões de produção da cana-de-açúcar (Ribeirão Preto) e laranja (Araraquara) ficaram excluídos do mapa de cursos e formação profissional do Senar.
Em ofício encaminhado ao presidente sub judice e a dirigentes do Senar no Estado de São Paulo, Paulo Junqueira, presidente do Sindicato Rural e da Associação Rural de Ribeirão Preto e da Assovale – Associação dos Produtores Rurais do Vale do Rio Pardo, cobrou explicações (vide documento abaixo) para o corte total dos recursos previstos para o exercício de 2025. No documento ele informa que “os cursos aprovados, já haviam sidos agendados com os instrutores e nossos parceiros (Usina da Pedra, ITESP e outros), e que agora terão que ser cancelados, afetando diretamente os trabalhadores e produtores rurais de nossos municípios”.
Ele acrescenta que “mais uma vez, o Sindicato Rural de Ribeirão Preto, está sendo punido de forma arbitrária e injusta por não compactuar politicamente com a gestão que está “sub judice”, penalizando os produtores e trabalhadores rurais que necessitam da capacitação profissional e da promoção social”. Além do Sindicato de Ribeirão Preto, pelo menos outros dois sindicatos (Araraquara e Suzano), já foram informados dos cortes para este exercício.
Ofício encaminhado à Faesp e ao Senar/SP
Ribeirão Preto, 14 de janeiro de 2025.
Para Tirso de Salles Meirelles
Presidente Eleito Sub Judice do Sistema FAESP/SENAR-SP
C/C para: Mário Antônio Biral (Superintendente do SENAR-SP)
Jair Kaczinski (Gerente Técnico do SENAR-SP)
Sr. Presidente:
Conforme previsão orçamentária aprovada no sistema SICP (abaixo), solicitamos esclarecimentos pela não emissão do contrato/convênio para realização do PAT 2025. Como tem ocorrido nos anos anteriores, foram enviados via sistema os documentos e certidões, que foram aprovados pelo SENAR-SP, liberando um orçamento total para 2025 de R$ 199.943,80 (Cento e noventa nove mil, novecentos quarenta três reais e oitenta centavos).
Os cursos aprovados, já haviam sidos agendados com os instrutores e nossos parceiros (Usina da Pedra, ITESP e outros), e que agora terão que ser cancelados, afetando diretamente os trabalhadores e produtores rurais de nossos municípios.
Mais uma vez, o Sindicato Rural de Ribeirão Preto, está sendo punido de forma arbitrária e injusta por não compactuar politicamente com a gestão que está “sub judice”, penalizando os produtores e trabalhadores rurais que necessitam da capacitação profissional e da promoção social.
Dessa forma, solicitamos a liberação do contrato/convênio no sistema SICP, para o envio dos projetos em tempo hábil para o trâmite normal estabelecido.
Atenciosamente
Paulo Maximiano Junqueira Neto
Presidente