13/12/2021

Fazenda de gado adota tecnologia e sequestra mais carbono do que emite

Fazenda de gado adota tecnologia e sequestra mais carbono do que emite

GADO PASTO Foto Leonardo Soares Estadão

 Junto com a iniciativa privada, Embrapa passa a medir sequestro e mitigação dos gases de efeito estufa e isso é bom para o Brasil.

 Gases de efeito estufa (GEEs) estão no foco das pesquisas em todo o mundo, em busca de redução e da mitigação de seus efeitos no planeta. A Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) Meio Ambiente, unidade localizada em Jaguariúna (SP), apresentou no início desta semana os resultados preliminares do projeto “Validação de protocolo MRV (avaliação, relato e verificação) das emissões de GEEs e da sustentabilidade sócio ambiental, bem-estar animal e governança”. O projeto visa validar um protocolo para avaliação de GEE em fazendas que adotam sistemas produtivos sustentáveis , utilizando ferramentas desenvolvidas pela Embrapa e parceiros, passíveis de serem utilizados em larga escala pela agropecuária nacional.

 Além da Embrapa (por meio da Plataforma ABC), o projeto é uma iniciativa que reúne Corteva Agriscience, Minerva Foods, WRI (World Resources Institute), Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Universidade Federal de Uberlândia, FGV-Agro (Fundação Getúlio Vargas) e De Lollo Agronegócios. O objetivo foi calcular e contabilizar as ligações líquidas das diversas atividades agrícolas e pecuária das propriedades. Foram 33 fazendas, 22 delas fornecedoras de gado para a Minerva Foods e 11 parceiras da Corteva Agriscience.

 O cálculo foi realizado por meio do GHG Protocol Agrícola, uma ferramenta para obter informações sobre a efetividade das ações de mitigação das mudanças climáticas, em níveis diversos de governança, sendo, portanto, capaz de expressar a realidade produtiva brasileira. A ferramenta foi atualizada pelo projeto, utilizando coeficientes de transporte mais recentes oriundos de publicações científicas e do Inventário Nacional de GEE, bem como a customização dos cálculos dos diversos sistemas produtivos das propriedades.

 A equipe de campo, com apoio da empresa De Lollo Agronegócios, é a responsável pela coleta de amostras de solo nos pontos georreferenciadas, com avaliação posterior por meio do SATVeg ( Sistema de Análise Temporal da Vegetação), o que permite verificações de mudanças a qualquer tempo, bem como auditorias da adoção das tecnologias de baixo carbono, passíveis de certificação e crédito de Carbono.

Os resultados iniciais do projeto apontam que a maioria das fazendas analisadas sequestraram mais carbono que emitiram. Outra característica apresentada dá conta que de todas as fazendas, que emitiram ou sequestraram, GEEs estão abaixo da média brasileira, que é de 15,24 toneladas de CO2 equivalente por mil cabeças de gado.

 “A pecuária, embora seja uma grande emissora de GEEs, pode potencializar a mitigação de emissões e gerar mais benefícios ecossistêmicos e a diminuição da pressão por desmatamento, através da recuperação de pastagens e adoção de sistemas integrados. Esta é a aposta da Minerva e Corteva no projeto”, diz Celso Manzatto, pesquisador da Embrapa Meio Ambiente e coordenador da Plataforma ABC. Ele explica que a ideia do projeto nasceu no ano de 2017, para atender à demanda inicial do Plano ABC, de uma metodologia de baixo custo, capaz de atender às várias escalas, desde a propriedade rural até ao contexto mais amplo do Plano ABC.

 

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