Fazenda e BC pressionam ruralistas no Plano Safra
Secretário de política agrícola foi cobrado a aceitar redução dos juros do crédito rural na mesma proporção da queda da taxa básica de juros, a Selic.
O Ministério da Fazenda e o Banco Central jogam duro com os ruralistas na elaboração do Plano Agrícola e Pecuário 2018/2019. Em recente reunião com representantes da Frente Parlamentar do Agronegócio, do setor produtivo e do Ministério da Agricultura, o secretário adjunto de Política Agrícola da Fazenda, Ivandré Montiel, foi cobrado a aceitar redução dos juros do crédito rural na mesma proporção da queda da taxa básica de juros, a Selic.
A resposta foi clara: a derrubada dos vetos do presidente Michel Temer na Câmara dos Deputados, que abriu caminho para ampla renegociação de dívidas do Funrural, reduziu o espaço fiscal para o Tesouro equalizar taxas de juros no próximo ciclo. A Fazenda informa que não comentará as negociações sobre o plano, previsto para ser lançado entre o fim de maio e o começo de junho.
Exagero
No mesmo encontro, João Ferrari, do Departamento de Regulação, Supervisão e Controle das Operações do Crédito Rural e do Proagro, do BC, considerou “exagerados” os recursos anunciados a cada Plano Safra, já que os valores efetivamente emprestados em geral são menores. Na safra 2015/2016, foram ofertados R$ 217 bilhões, e contratados R$ 166 bilhões. Em 2016/2017, de R$ 215 bilhões, R$ 152 bilhões foram liberados. O BC diz que o servidor “procurou refletir o empenho do governo de buscar a alocação do maior volume de recursos possível para o financiamento da produção agrícola a cada safra” (Broadcast, 30/4/18)