Fibria reverte prejuízo e lucra R$280 mi no 4º tri, vê mercado equilibrado
A Fibria teve lucro líquido de 280 milhões de reais no quarto trimestre de 2017, ante prejuízo de 92 milhões de reais um ano antes, quando foi afetada por queda nos preços da commodity e desvalorização do dólar.
As ações da companhia, maior produtora de celulose de eucalipto do mundo, encerraram em alta de mais de 5 por cento diante de notícia sobre consolidação no setor. A empresa citou expectativa de aumento gradual na oferta de celulose nos “primeiros meses de 2018”, mas avaliou que o mercado global deve continuar equilibrado por conta da demanda forte em todos os mercados, em especial na China.
“O desempenho positivo da demanda chinesa será ancorado pela entrada em operação de novas máquinas de papel, possíveis fechamentos de fábricas ineficientes e o impacto da redução das licenças para importação de papel reciclado...além da continuidade de um cenário de estoques reduzidos nas mãos dos produtores locais”, afirmou a Fibria no balanço trimestral.
O resultado foi publicado alguns dias após a Fibria anunciar novo aumento de preços da celulose para Europa, América do Norte e Ásia válido a partir de fevereiro.
A Fibria informou no balanço que tem investimento aprovado em 2018 de 3,7 bilhões de reais, queda de cerca de 21 por cento ante 2017, quando a estava finalizando a construção da nova linha de produção no Mato Grosso do Sul. Do projetado para este ano, 444 milhões serão destinados às novas instalações no MS.
A companhia registrou no quarto trimestre geração de caixa medida pelo lucro ajustado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado de 1,981 bilhão de reais, crescimento de 146 por cento na comparação anual. O avanço foi motivado por aumento de 36 por cento no preço médio líquido da celulose em dólar e expansão do volume de vendas, que cresceu 20 por cento sobre o quarto trimestre de 2016, a 1,897 milhão de toneladas. Na comparação com o trimestre anterior, o volume vendido subiu 29 por cento.
A Fibria produziu 36 por cento mais celulose no quarto trimestre do que um ano antes, crescimento apoiado na entrada em operação em setembro da nova linha de produção no Mato Grosso do Sul. A nova linha, chamada de “Horizonte 2”, teve produção de 435 mil toneladas nos três últimos meses do ano passado.
A produção, as vendas e o preço maior da celulose ajudaram a companhia reduzir o nível de endividamento para 2,49 vezes o Ebitda em dezembro, ante 3,24 vezes no fim do terceiro trimestre e 3,06 vezes no fim de 2016.
Além disso, ajudou no resultado a redução no custo caixa de produção, que caiu 24 por cento sobre o fim de 2016 e 9 por cento ante o terceiro trimestre, a 556 reais a tonelada. O dado inclui parada de produção na unidade da empresa em Aracruz (ES), sem isso, o custo caixa teria sido de 546 reais por tonelada (Reuters, 29/1/18)