FPA esclarece participação em exoneração de presidente da Funai

A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) publicou nota ontem em seu site para esclarecer a notícia de que teria pressionado o governo de Michel Temer a exonerar o presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Franklimberg Ribeiro de Freitas.

Conforme notícia publicada ontem no site do jornal O Estado de S. Paulo, Temer havia acolhido um pedido apresentado pela bancada ruralista e decidiu exonerar Franklimberg. O Estado apurou que Franklimberg já havia sido comunicado sobre a decisão e que deve deixar o cargo até a próxima segunda-feira, 23. Ainda conforme a notícia, cerca de 40 deputados e senadores apresentaram uma carta ao presidente, solicitando a demissão de Franklimberg, sob argumento de que o atual presidente da Funai não tem colaborado com o setor.

Na nota para esclarecer a situação, a FPA diz que a demanda (de saída do presidente da Funai) foi trazida "por meio de populações indígenas insatisfeitas com o desempenho do general do Exército, Franklimberg Ribeiro de Freitas, em outubro de 2017". E que um ofício com a assinatura de mais de 170 lideranças indígenas pedindo a "exoneração imediata" do então presidente foi entregue a Temer na ocasião.

"A partir desta reivindicação, a FPA enviou ofício solicitando a substituição do então presidente da Funai, observando ainda o aumento indiscriminado de invasões e conflitos, especialmente no campo, conforme mostra pesquisa realizada pela Comissão Pastoral da Terra (2018)", diz a nota da frente parlamentar.

O comunicado acrescenta ainda que dados de 2017 da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai/MS) indicam que a mortalidade infantil entre povos indígenas cresceu 18,5% no Brasil e os suicídios aumentaram 18%. "Os porcentuais são comparados aos dois últimos anos, 2015 e 2016, e integram o relatório anual de violência contra os índios", continua. "Diante das justificativas acima, a FPA deseja que as decisões do governo federal sejam fundadas em melhorias das políticas públicas voltadas para atender às comunidades indígenas, a sociedade brasileira e aos anseios do Poder Legislativo", finaliza a FPA (Broadcast, 18/4/18)