Frigorífico Minerva vê otimismo generalizado com Bolsonaro
Na semana passada, a companhia registrou o pedido de IPO no Chile.
A brasileira Minerva Foods, maior exportadora de carne bovina da América do Sul, calcula que o “otimismo generalizado” causado pela eleição de Jair Bolsonaro (PSL) para a Presidência vai elevar o desempenho das exportações e do mercado doméstico em 2019, segundo Fernando Queiroz, presidente da empresa.
“Começamos a ver um otimismo generalizado, e carne é um produto que reage muito rapidamente a isso. Acredito que vai ter uma retomada”, disse o executivo à Folha nesta segunda-feira (26).
Queiroz considera que a escolha de Tereza Cristina para chefiar o Ministério da Agricultura foi a mais acertada entre os nomes disponíveis.
Para ele, as notícias sobre as relações entre a futura ministra e a JBS, concorrente da Minerva, não trazem preocupação. “Ela tem conhecimento do Legislativo e do Executivo”, disse.
Quando ocupava uma secretaria do governo de Mato Grosso do Sul, Tereza Cristina concedeu incentivos tributários à JBS, para a qual também arrendava uma propriedade.
Na semana passada, a Minerva registrou o pedido de IPO (oferta pública de ações, na sigla em inglês) de sua subsidiária Athena Foods no Chile. A expectativa é que o IPO ocorrerá no início do segundo trimestre de 2019, disse Queiroz.
Ele não revela os valores que pretende arrecadar com a operação, que deve ajudar a empresa a reduzir seu índice de alavancagem —medido pela relação entre dívida líquida e Ebitda (indicador que sinaliza a geração de caixa)—, que cresceu muito durante o processo de expansão da Minerva pela América do Sul.
A expansão foi impulsionada no ano passado com a compra de ativos da JBS na Argentina, no Paraguai e no Uruguai, quando o frigorífico dos irmãos Joesley e Wesley Batista entrou em uma crise de reputação e foi levado a vender parte de seus negócios.
A crise do rival foi oportuna para que a Minerva aprimorasse sua liderança nos países vizinhos. O IPO vem agora como saída encontrada pela Minerva para amenizar a elevação do endividamento proporcionada pelas aquisições.
A empresa também tem em curso um aumento de capital privado de até R$ 1 bilhão (Folha de S.Paulo, 27/11/18)