Gastos com importação de fertilizantes sobem 83% no ano
USO DE PESTICIDA - INTERNET REPRODUCAO - FOTO RETIRADA BRASQUIMICA
Já as exportações do agronegócio, apesar da carne bovina, mantêm crescimento.
As exportações agropecuárias continuam aceleradas, mas a carne bovina, um dos principais itens da balança do setor, perde força.
No mês passado, as vendas externas de carnes fresca, refrigerada e congelada recuaram para apenas 81,2 mil toneladas, o menor volume desde as 54,4 mil de junho de 2018.
Com isso, o volume acumulado de outubro e de novembro atingiu apenas 163 mil toneladas, abaixo das 187 mil de setembro. Essa queda se deve à interrupção das compras chinesas, após os dois casos atípicos de vaca louca no Brasil.
Mesmo com essa desaceleração das exportações nos dois últimos meses, o país colocou 6,2 milhões de toneladas de carne bovina, suína e de frango no exterior, um volume 4% superior ao de igual período de 2020.
Já as receitas, devido à valorização das proteínas no mercado internacional, subiram mais. O Brasil arrecadou US$ 15,7 bilhões neste ano, 14% a mais do que em igual período de 2020.
O grande destaque da balança comercial brasileira continua sendo a soja, que, neste ano, acumula divisas de US$ 37,3 bilhões, apenas com as exportações de grãos.
Dólar elevado, dificuldades norte-americanas em seus portos e maior competitividade do produto brasileiro auxiliam as vendas nesta reta final do ano. Com isso, o volume exportado em novembro somou 2,59 milhões de toneladas, elevando o total do ano para o recorde de 83,4 milhões.
Em 2020, as exportações também estavam elevadas, e atingiram 82,7 milhões de toneladas de janeiro a novembro, mas os preços eram mais fracos. Por isso, a arrecadação daquele período ficou em US$ 28,5 bilhões.
As exportações de milho, com a quebra de 20 milhões de toneladas, estão bem abaixo das expectativas iniciais, mas superam as previsões mais pessimistas, que indicavam volume inferior a 15 milhões. Até novembro, são 17 milhões de toneladas.
A quebra de safra obrigou o país a buscar o cereal no mercado externo para completar a demanda interna. No mês passado, foram importadas 621,4 mil toneladas, volume que superou o até então recorde de 547 mil de novembro de 2016.
O setor florestal também surpreende. As exportações de madeira bruta somaram 2,5 milhões de toneladas até o mês passado, com evolução de 124% em relação a 2020.
Já a exportação de celulose apresenta estabilidade no volume, mas superou em 9% as receitas de janeiro a novembro do ano passado.
O avanço da área e da produção nacional da agropecuária exige, também, uma evolução dos gastos com importações de insumos. Até novembro, o Brasil já importou o recorde de 38 milhões de toneladas de fertilizantes, com alta de 26% em relação ao ano passado.
O desarranjo mundial na produção e no fornecimento dessa cadeia de insumos provocou uma forte aceleração nos preços.
Com isso, os gastos brasileiros com as importações de adubo subiram para US$ 13,4 bilhões neste ano, com aumento de 83% em relação a janeiro e novembro de 2020.
Pesou também no bolso dos produtores a necessidade de importação de agrotóxicos. Entraram 367 mil toneladas desses insumos no ano, com aumento de 17%.
Os gastos subiram para US$ 3,26 bilhões, com avanço de 14%, conforme dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior), divulgados nesta quarta-feira (1º) (Folha de S.Paulo, 2/12/21)