Gourmey vai construir o maior laboratório de carne cultivada da Europa

 foie gras cultivado. Divulgação

Por Daniela De Lorenzo

Empresa francesa acaba de receber US$ 47,7 milhões, maior rodada série A do mundo neste setor

A empresa de tecnologia de alimentos Gourmey, com sede em Paris, pioneira no foie gras cultivado, fechou ontem (5) uma rodada da Série A de US$ 47,7 milhões (R$ 249,3 milhões na cotação atual), a maior rodada da Série A do mundo para uma empresa de carne cultivada.

Lançada há cerca de dois anos, a Gourmey pretende agora aperfeiçoar sua receita de fois gras de laboratório e colocá-la no mercado nos próximos anos. Mas, para isso, são necessários investimentos para aumentar sua logística, pesquisa e desenvolvimento.

O investimento foi liderado pela Earlybird Venture Capital, empresa focada em investir em empresas europeias de tecnologia. Juntando-se ao investidor de capital de risco nesta rodada, aparecem também Air Street Capital, Heartcore Capital, Keen Venture Partners e Partech, nascida em São Francisco.

Com esses investimentos, Gourmey planeja uma instalação de produção comercial de 3.530 metros quadrados e um centro de P&D em Paris, quase 2,5 vezes o primeiro andar da Torre Eiffel. Neste primeiro polo de carne cultivada, a empresa planeja fabricar e comercializar o principal produto da empresa: o foie gras cultivado. “Estamos entusiasmados em ver nossa visão de um sistema alimentar mais sustentável ganhar vida à medida que passamos de P&D para produção e comercialização”, disse Nicolas Morin-Forest, cofundador e CEO da Gourmey.

Mas os investimentos também servirão para expandir seu portfólio de produtos em colaboração com chefs, parceiros culinários e distribuidores globais de alimentos, que serão processados sob demanda.

Enquanto isso, o maior centro de carne cultivada no hemisfério sul foi inaugurado na terça-feira, 4 de outubro, em Alexandria, Austrália. O primeiro laboratório da empresa de carnes cultivadas em células Vow, de Sydney, que está experimentando vários tipos de células animais, terá capacidade para produzir 30 toneladas de carne por ano, enquanto a empresa já está de olho no desenvolvimento da segunda fábrica (Daniela De Lorenzo é colaboradora da Forbes EUA. Escreve sobre produção de alimentos, meio ambiente e política da UE para publicações como Wired, Deutsche Welle, Al Jazeera, Vice Media, entre outras; Forbes, 6/10/22)