31/01/2025

Governo fará monitoramento de preços dos alimentos sem intervenção

Governo fará monitoramento de preços dos alimentos sem intervenção

Valor da cesta básica é uma preocupação para o governo. Foto Tânia Rêgo - Agência Brasil

Nenhuma medida prática foi discutida, dizem ministros da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário.

 Os ministros da Agricultura, Carlos Fávaro, e do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, afirmaram nesta quinta-feira (30/1) que o governo fará um monitoramento constante dos preços dos produtos agropecuários no Brasil e no mundo para avaliar o cenário de oferta e demanda e decidir possíveis ações para reduzir a inflação dos alimentos.

 

Após nova reunião com o Ministério da Fazenda sobre o assunto, eles disseram, porém, que nenhuma medida prática foi discutida.

 

Novas reuniões entre as Pastas serão feitas semanalmente, disse Paulo Teixeira, por conta da preocupação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o preço da cesta básica. "É uma evolução do governo de acompanhamento da produção de alimentos no Brasil e no mundo, ou seja, quais são as tendências da produção de alimentos no Brasil e no mundo", disse a jornalistas após reunião com o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dário Durigan. Segundo ele, o "centro da preocupação" é a oferta de alimentos da cesta básica.

 

Nenhuma medida tributária, para taxar a exportação ou desonerar a importação de alimentos, está em avaliação, garantiu Fávaro. "Não tem medidas, a reunião não tratou de medidas, é monitoramento", afirmou.

 

Segundo Fávaro, o acompanhamento constante servirá para identificar possíveis "carências" que podem basear a elaboração do próximo Plano Safra, com o qual o governo pretende estimular o aumento da produção de alguns itens. Não há prazo determinado para esse monitoramento e que será feito diariamente para ter um cenário atualizado da oferta e demanda de alimentos no país.

 

"Acompanharemos o que está acontecendo no mundo dos alimentos. As posições, as perspectivas, o que tem alguma carência para que isso então possa ser desdobrado por técnicos em ações, por exemplo, como planejamento no Plano Safra", disse Fávaro.

 

Por ora, nenhum alerta foi ligado, ressaltou o ministro da Agricultura. "Olharemos como está o comportamento e o que pode gerar algum alerta para que a gente possa trabalhar a partir disso. Esse acompanhamento vai começar a acontecer", completou.

 

"O governo não vai adotar nenhuma medida heterodoxa em relação a alimentos no Brasil. Nossa preocupação é como aumentar a produção de alimentos, tendo em vista que aumentou o consumo, o que é muito bom", reforçou Paulo Teixeira.

 

O presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto, disse que a proposta para criação da rede popular de abastecimento, com intenção de garantir alimentos a preços menores à população mais carente, não está em discussão (Globo Rural, 30/1/25)