Há método nos assassinatos no campo
A Comissão Pastoral da Terra divulgará amanhã (hoje) as macabras estatísticas do campo no Brasil. O estudo será remetido ao ministro Sergio Moro. O levantamento mostrará que, ao longo de 2018, o país registrou 28 mortes por conflitos de terras. O Pará foi o líder desse triste ranking, com 16 assassinatos.
Em termos quantitativos, os números poderão soar como um alento: em 2017, foram 71 mortes. No entanto, o estudo confirma uma tendência preocupante: há pelo menos dois anos, os assassinatos têm se concentrado em líderes agrários, ou mesmo indígenas e quilombolas. Em 2017 e 2018, quase 60% das vítimas comandavam movimentos sociais nas suas respectivas regiões.
Um dos casos mais notórios foi o assassinato, em dezembro do ano passado, de José Bernardo da Silva, chamado de "Orlando". Ele era líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) na Paraíba (Relatório Reservado, 11/4/19)