27/06/2023

IAC celebra 136 anos com resultados inéditos e novas parcerias

IAC celebra 136 anos com resultados inéditos e novas parcerias

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O Instituto Agronômico (IAC), primeira instituição de pesquisa agrícola da América Latina, com sede em Campinas (SP), comemora 136 anos, nesta 3ª feira (27), com novos resultados em pesquisas, parcerias e aumento de captação de recursos.

 

Na cerimônia de celebração, amanhã, a partir das 15h, em Campinas, serão assinados dois acordos de parceria: um com a PUC-Campinas, em que o IAC vai compartilhar sua expertise agronômica na formação de agrônomos (a universidade oferecerá o curso de Engenharia Agronômica, em 2024), e outro com a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati) e a Apta Regional para fortalecer pesquisa e transferência de tecnologia de mandioca e batata-doce, com intermediação da Fundação de Apoio à Pesquisa Agrícola (Fundag).

"Aos 136 anos do IAC, temos muito a comemorar: inéditas tecnologias em várias de nossas áreas de atuação, além do aumento significativo de captação de recursos, como fruto da maior inserção do IAC nas principais cadeias do agronegócio, que geraram oportunidades de projetos que permitem ampliar os investimentos no Instituto", informou em nota o diretor-geral do IAC, Marcos Landell.

Dentre as novidades estão duas cultivares de feijão - as primeiras do tipo Bamboo e Red Bamboo desenvolvidas e registradas no Brasil - que abrem novas oportunidades aos produtores brasileiros no mercado mundial de pulses. Esses materiais são conhecidos como “feijão-arroz”, destinados à exportação e com os principais mercados na China e Índia. O Red Bamboo é o mais procurado pelos consumidores, segundo o pesquisador do IAC, Alisson Fernando Chiorato.

A pesquisa do IAC visou, ainda, a legalização da semente, visto que os materiais desse tipo cultivados em Mato Grosso eram instalados com sementes crioulas, piratas, que vêm de fora, porque não existia cultivar nacional. "Nós fizemos esse melhoramento genético para termos cultivares registradas no Registro Nacional de Cultivares, para então legalizar o sistema", comenta Sérgio Augusto Morais Carbonell, pesquisador do IAC.

Para a citricultura, chegam seis porta-enxertos produzidos no Brasil - os primeiros materiais desse tipo do IAC, em análise pelo Serviço Nacional de Proteção de Cultivares (SNPC), do Ministério da Agricultura, e três variedades-copa de citros desenvolvidas em parceria com a Embrapa e a Fundação Coopercitrus Credicitrus.

Os porta-enxertos IAC se destacam por serem ótimas opções para minimizar problemas bióticos e abióticos existentes na citricultura paulista e brasileira, com destaque para a maior tolerância ao estresse hídrico. Os novos materiais - Citrandarins IAC 3128 Guanabara, IAC 3152 Itajobi, IAC 3026 Santa Amélia, IAC 3010 Pindorama, IAC 3070 Capão Bonito e IAC 3299 Muriti - também conferem boa qualidade da fruta e produtividade e diferentes padrões de tamanho de planta, incluindo portes ananicantes e semiananicantes, segundo a pesquisadora do IAC, Mariângela Cristofani Yaly.

De acordo com a cientista, as novas opções de porta-enxertos permitem a diversificação de variedades nos pomares brasileiros, com características superiores aos materiais padrões no desenvolvimento vegetativo e na qualidade da fruta para a indústria ou para o consumo in natura.

 

“Dentre os materiais lançados destacam-se porta-enxertos ananicantes, isto é, de menor porte, e semi-ananicantes, permitindo ainda maior densidade de plantas nos pomares, facilitando os tratos culturais e a colheita”, explica Mariângela.

Esses porta-enxertos, recomendados para o Estado de São Paulo e para outras regiões do País, servem para a implantação de pomares de laranja, limão e tangerina. São materiais que não apresentam incompatibilidades para a maioria das variedades comerciais de citros para a indústria de suco e para mesa.

Para o setor citrícola, a importância de ter porta-enxertos de citros produzidos e protegidos em território nacional está no fato de esses materiais serem resultado de seleção realizada após anos de avaliação nas principais regiões citrícolas brasileiras, condição importante para a sua recomendação.

Para o consumidor, os novos materiais têm impacto direto na qualidade do fruto consumido, uma vez que as novas variedades induzem frutos com qualidades físico-químicas superiores nas diferentes variedades copa. "Podem ainda ter um reflexo no preço, uma vez que esses porta-enxertos permitem maior produtividade nos pomares e a otimização de tratos culturais, reduzindo os custos de produção", considera a pesquisadora do IAC, Marinês Bastianel.

As primeiras sementes desses seis novos porta-enxertos para o setor produtor de mudas citrícolas será ofertadas por meio do Centro de Citricultura Sylvio Moreira do IAC, e estão sendo validados com diferentes variedades-copas em diversas condições ambientais. Os interessados em adquirir devem contatar pelo e-mail sementes@ccsm.br.

As três novas variedades de citros - BRS IAC EECB Alvorada, BRS EECB IAC Ponta Firme e Navelina XR- diferenciam-se de outros materiais de laranjas-doces ou lima ácida já disponíveis no mercado pela produtividade, além do padrão superior de qualidade e adaptação às principais regiões de cultivo dos citros.

A Navelina XR é a única laranjeira resistente à uma importante doença dos citros, a clorose variegada dos citros (CVC), causada pela bactéria Xylella Fastidiosa, que ataca todas as variedades comerciais no campo e causa prejuízos à qualidade e produtividade.

 

O pesquisador e diretor do Centro de Citricultura do IAC, Dirceu Mattos Jr., comentou que essas três novas variedades resultam de uma importante parceria entre o Centro de Citricultura do IAC, a Embrapa e a Fundação Coopercitrus Credicitrus (Broadcast, 27/6/23)