Importação de aço cresce 46% em março enquanto exportação cai 23%
Produção de aço-Foto Sérgio Roberto Oliveira Estadão
Produção de aço também cresceu em relação ao mesmo período do ano passado.
Produção nacional avançou, mas consumo interno diminuiu; produtores reclamam de invasão chinesa.
A importação de aço em março somou 486 mil toneladas, uma alta de 46% ante igual período do ano passado, segundo o Instituto Aço Brasil. Em valores, as importações do terceiro mês do ano totalizaram US$ 452 milhões, número 5,5% menor ante igual período de 2023.
A produção nacional de aço bruto, por sua vez, somou 2,8 milhões de toneladas em março, o que representa um aumento de 5,6% frente ao apurado no mesmo intervalo do ano passado. Em igual período de comparação, as vendas internas retraíram 6,3%, para 1,7 milhão de toneladas.
A produção de laminados em março foi de 1,9 milhão de toneladas, valor 3,6% superior ao mesmo período de 2023. No mesmo intervalo, a produção de semiacabados somou 777 mil toneladas, crescimento de 38,1%.
O consumo aparente nacional de produtos siderúrgicos foi de 2,1 milhões de toneladas em março, valor 1,6% menor na comparação anual.
Desde o começo do ano Instituto Aço Brasil tenta convencer o governo a implementar uma sobretaxa aos importados. A entidade prevê que o aço estrangeiro somará um quarto do total consumido no País em 2024, valor superior ao registrado em 2023, que foi de cerca de 20%.
As siderúrgicas vêm ameaçando suspender investimentos ou promover demissões devido ao que chamam de “invasão” do aço importado, sobretudo da China.
A Aperam, principal fabricante de aço inoxidável da América Latina, decidiu manter suspenso um investimento superior a R$ 600 milhões em sua fábrica em Timóteo (MG), na região do Vale do Aço. Esse aporte integra um pacote aprovado em 2022 para melhorias tecnológicas e enobrecimento do mix de produtos da empresa. Apenas parte foi realizada. O motivo: as importações de aço chinês.
Enquanto isso, as exportações brasileiras estão na direção oposta. No período, as vendas externas somaram 942 mil toneladas, o que representa uma queda de 23,2% ante o mesmo mês de 2023. Considerando igual intervalo, os ganhos com as vendas para o mercado externo totalizaram US$ 774 milhões, valor 25,6% menor para o setor.
Acumulado de 2024
As importações no primeiro trimestre de 2024 somaram 1,3 milhão de toneladas, aumento de 25,4% frente ao mesmo período do ano anterior. Os valores de importação foram de US$ 1,3 bilhão, avanço de 0,6% na comparação com o acumulado dos três primeiros meses de 2023.
O Brasil produziu 8,3 milhões de toneladas de aço nos três primeiros meses de 2024, aumento de 6,2% em relação ao mesmo período de 2023. Já a produção de laminados somou 5,7 milhões de toneladas, avanço de 5,1% em igual período de comparação. O total de semiacabados foi de 2,3 milhões de toneladas, aumento anual de 2,3%.
As vendas internas no primeiro trimestre de 2024 somaram 4,9 milhões de toneladas, o que representa um avanço de 0,3% quando comparadas com igual intervalo do ano anterior. O consumo aparente nacional de produtos siderúrgicos foi de 6 milhões de toneladas, avanço de 3,3%.
As exportações nos três primeiros meses de 2024 atingiram 2,6 milhões de toneladas, redução de 17,9% na comparação com igual período de 2023. Os ganhos com as vendas para o mercado externo totalizaram US$ 2 bilhões, queda de 22,8% no período (Estadão, 16/4/24)