Importações de soja pela China caem 23% em junho com demanda fraca
SOJA PARA CHINA Imagem Blog BPMoney
Os preços da soja subiram este ano depois que o mau tempo prejudicou a produção e as exportações no Brasil.
As importações de soja pela China caíram 23% em junho em comparação com o ano anterior, para 8,25 milhões de toneladas, já que os elevados preços globais e a fraca demanda reduziram o apetite pela oleaginosa, mostraram dados alfandegários hoje (13).
As importações do mês passado também foram inferiores às 9,67 milhões de toneladas de maio, mostraram dados da Administração Geral das Alfândegas.
Os preços da soja subiram este ano depois que o mau tempo prejudicou a produção e as exportações no Brasil, principal fornecedor da China, enquanto a demanda do maior comprador do mundo também está significativamente mais fraca do que há um ano.
“Você não pode comparar este ano com o ano passado. A situação mudou totalmente”, disse um trader de soja da China que não quis ser identificado.
Os suinocultores enfrentaram grandes perdas durante boa parte do primeiro semestre do ano e vêm reduzindo o número de rebanhos.
Os embarques do Brasil começaram a desacelerar em abril e maio, com os compradores observando queda nas margens de esmagamento, disse Darin Friedrichs, cofundador da consultoria agrícola Sitonia Consulting, com sede em Xangai.
“As margens de esmagamento estão relativamente baixas e os importadores estão apenas comprando o que precisam e não querem acumular grandes estoques quando as margens futuras são negativas”, disse ele.
As margens de esmagamento na China estão negativas desde meados de abril, com os trituradores em Rizhao, no principal centro de processamento de soja do norte de Shandong, agora perdendo 692 iuanes (US$ 103) em cada tonelada de oleaginosa processada.
Apesar de uma alta nos preços de suínos nas últimas semanas, que tem aumentado os lucros da pecuária, a demanda por farelo de soja não melhorará até que os estoques de suínos comecem a subir novamente, disse o trader.
A China trouxe 46,28 milhões de toneladas da oleaginosa nos primeiros seis meses de 2022, uma queda de 5,4% em relação ao período correspondente do ano anterior, mostraram os dados (Reuters, 13/7/22)