06/07/2018

Impulso ao etanol na China é colocado em dúvida

Impulso ao etanol na China é colocado em dúvida

A ambiciosa iniciativa da China de usar biocombustível em carros em todo o país até 2020 está em dúvida em meio a preocupações com o fornecimento de matéria-prima, como o milho, ampliadas por uma crescente disputa comercial com Washington, disseram produtores e analistas.

Em setembro do ano passado, o governo delineou planos radicais para implantar o uso do etanol na gasolina nacionalmente até 2020, em parte para dar vazão a seus enormes estoques de milho.

Produtores controlados pelo Estado, como a Cofco e a Jilin Fuel, apressaram-se a traçar planos de investir bilhões de iuanes para dobrar a produção no maior mercado automotivo do mundo.

Mas, desde então, apenas um grande projeto —a fábrica de 300 mil toneladas por ano da SDIC, na província de Liaoning, no nordeste da China— recebeu autorização para iniciar a construção.

Três planos de expansão de grandes produtores estão paralisados porque as empresas não têm a aprovação do governo, disseram três fontes com conhecimento direto da situação. Elas se recusaram a ser identificadas, pois não estão autorizadas a falar com a mídia.

O governo não revisou seu cronograma ou comentou publicamente sobre uma mudança na política.

Mas executivos de dois produtores, três especialistas em política e analistas de mercado disseram que o demorado processo de aprovação e os atrasos nos projetos sugerem que Pequim está silenciosamente repensando seus planos iniciais.

A desaceleração vem à medida que se intensifica uma disputa comercial com os Estados Unidos, elevando a ameaça de novas tarifas que poderiam impactar importações de milho ou etanol dos EUA para compensar uma eventual falta de oferta doméstica do cereal a preços atrativos (Reuters, 5/7/18)