12/06/2019

Indústria de soja defende fortalecimento do cadastro ambiental rural

Indústria de soja defende fortalecimento do cadastro ambiental rural

O Cadastro Ambiental Rural (CAR) deve ser obrigatório para produtores do Brasil, uma vez que é uma ferramenta importante para o rastreamento da origem dos produtos agrícolas, indicando se os cultivos foram feitos dentro da legislação ambiental, afirmou nesta terça-feira um representante da indústria da soja.

“O CAR é absolutamente necessário para rastrear... todos os mercados querem o rastreamento da cadeia. As pessoas querem saber se está expandindo em área aberta ou de floresta”, disse o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), André Nassar.

“Queremos o fortalecimento do sistema. Qualquer que seja a mudança no CAR, tem que ser mantida a obrigatoriedade do CAR e tem de ter prazo para o cadastramento.”

A posição vai na linha contrária de algumas iniciativas de parlamentares da bancada ruralista.

Na semana passada, o presidente da Frente Parlamentar Agropecuária, deputado Alceu Moreira (MDB-RS), disse que o governo editaria uma nova medida provisória com mudanças relacionadas à adequação dos produtores ao CAR, estabelecendo que não haveria mais prazo para agricultores regularizarem o registro.

A indústria da soja, principal produto de exportação do Brasil, é especialmente preocupada com o tema, uma vez que europeus, que importam metade do farelo de soja exportado pelo Brasil, têm elevadas exigências ambientais.

“O que não pode acontecer é que se tome uma decisão que enfraqueça o CAR”, afirmou Nassar, durante evento da entidade que apresentou uma nova marca da Abiove, com o objetivo de reforçar uma mudança de posicionamento da associação, com uma postura mais propositiva em políticas para o setor.

Na área ambiental, a Abiove afirma que busca tomar para si a responsabilidade de criar medidas que garantam a sustentabilidade em toda a cadeia produtiva das oleaginosas, dando continuidade ao trabalho da Moratória da Soja na Amazônia, que desde 2006 impede a comercialização do grão originado em áreas que sofrem desmatamento.

Mais de 90% dos produtores do Brasil já realizaram o CAR, mas há algumas áreas na Bahia com baixo índice de adesão. No Estado nordestino está uma das novas fronteiras agrícolas do Brasil, conhecida como Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) (Reuters, 11/6/19)