Indústrias de suínos do RS param abates no Vale do Taquari após chuvas
suinos Foto Jordan Gale Reuters
Processadoras de aves também sofrem com falta de matéria-prima para ração.
Chuvas excessivas no Rio Grande do Sul estão paralisando abates de suínos em indústrias processadoras do Vale do Taquari, onde operam grupos como JBS e BRF, disse um integrante da indústria gaúcha nesta sexta-feira (3).
Segundo o diretor-executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Suínos no Rio Grande do Sul (SIPS), Rogério Kerber, cinco indústrias processadoras de suínos enfrentam dificuldades como falta de animais para abates na região do Taquari.
Além disso, trabalhadores também enfrentam problemas para transitar ou lidam com problemas das enchentes em suas regiões.
"Teve ciclone em setembro, outra enchente grande em novembro... em menos de um ano as pessoas perderam casas e os pertences, a família está sofrendo, como uma pessoa vai se motivar a trabalhar?", disse ele.
Kerber citou ainda dificuldades logísticas, como queda de barreiras e de pontes levadas pelas chuvas, algo que está também afetando o abastecimento de granjas de suínos no Rio Grande do Sul, o segundo produtor e exportador de carne suína do Brasil.
"Não tem como transportar os animais para o abate, entre os diferentes sistemas de produção, e tem problema no transporte dos colaboradores, os trabalhadores têm origens em vários municípios diferentes", acrescentou ele.
Ele disse que as granjas lidam com dificuldades de suprimentos de ração. "Tem dificuldade até para o abastecimento de água por incrível que pareça, porque depende de energia elétrica para oferecer água aos animais", afirmou ele, lembrando que a falta de eletricidade em algumas áreas impede o funcionamento das bombas na zona rural.
INDÚSTRIA AVÍCOLA REDUZ ABATES E LIDA COM SUPRIMENTOS ESCASSOS
As indústrias produtoras e processadoras de aves do Rio Grande do Sul estão sofrendo com a falta de matéria-prima para ração das granjas e paralisando ou reduzindo abates de frangos em algumas regiões, devido às chuvas excessivas.
Segundo o presidente-executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo Santos, 12 indústrias paralisaram ou reduziram abates para lidar com os desdobramentos das chuvas torrenciais.
"Devido à dificuldade de acesso a algumas regiões, algumas granjas estão no seu limite de suprimento, de farelo de soja e milho", acrescentou ele (Folha, 4/5/24)