Inoculante da Embrapa ajuda a elevar produtividade das lavouras
O BiomaPhos, o primeiro inoculante desenvolvido com tecnologia nacional para absorção de fósforo pelas culturas, reduzindo a necessidade de aplicação desse nutriente, deverá aumentar a fertilidade de cerca de 3 milhões de hectares de solos brasileiros até a safra 2021/2022. A projeção é da empresa Bioma, pertencente ao Grupo Simbiose Agro, parceira da Embrapa no desenvolvimento e comercialização do produto, e se refere ao tratamento de lavouras de milho e soja em todo o País.
Em lavouras de soja tratadas com o insumo, a média de produtividade saltou de 67,2 sacas por hectare para 71,6 sacas, um ganho líquido para o produtor de R$ 704,40 por hectare (valores da última semana de abril).
Os dados referentes à segunda safra do milho estarão prontos em meados de agosto. "Apenas para se ter uma ideia, a média obtida no último ano no milho foi de 12 sacas a mais por hectare", informa em comunicado Artur Soares, gerente de Pesquisa e Desenvolvimento do Grupo Simbiose Agro, Artur Soares.
A pesquisadora Christiane Paiva, da Área de Microbiologia do Solo da Embrapa Milho e Sorgo (MG), responsável pela pesquisa que chegou ao produto comercial, diz que os ganhos de produtividade estão sendo comprovados também em outras culturas, como cana-de-açúcar, feijão, arroz, sorgo, braquiária e café. "Em testes, culturas como batata e amendoim apresentaram ganhos surpreendentes de até 30% na produtividade", comentou.
O BiomaPhos, resultado de mais de 19 anos de pesquisas, é produzido a partir de duas bactérias identificadas pela Embrapa, uma no solo e a outra no milho, que apresentam aptidão para solubilizar ou tornar disponível o elemento fosfato e melhorar o sistema radicular das plantas. Esse mineral é indispensável para o crescimento e a produção vegetal, já que interfere nos processos de fotossíntese, respiração, armazenamento e transferência de energia.
“As cepas das bactérias Bacillus subtilis e Bacillus megaterium conseguem fazer com que maior quantidade de fósforo seja absorvida pelas raízes, recebendo em troca compostos fundamentais para o crescimento bacteriano, como fontes de carbono, em especial açúcares e ácidos orgânicos”, explica a pesquisadora. “Isso se traduz em mais eficiência no processo de absorção do fósforo pelas raízes das plantas, fazendo com que elas sejam mais produtivas”, complementa (Broadcast, 4/5/21)