JBS e executivos da empresa são processados nos EUA

Legenda: Funcionários em planta da JBS em Lapa (PR)

Acionistas minoritários dizem que valor pago por empresa da JBS foi excessivo.

Começa nos próximos dias, na justiça de Delaware, nos EUA, o julgamento de uma ação movida por acionistas minoritários da processadora de carne de frango Pilgrim’s Pride contra a JBS, controladora da companhia.

Eles questionam o valor de US$ 1,3 bilhão pago pela Pilgrim’s à empresa dos irmãos Batista em 2017 para comprar a Moy Park. O argumento é que a JBS pressionou executivos da Pilgrim’s a aprovarem a aquisição a um preço superior ao valor de mercado.

À época, a JBS precisou vender ativos para pagar valores previstos em seu acordo de leniência com a Justiça brasileira, assinado também em 2017. Seis dos nove diretores do conselho de administração da Pilgrim’s Pride foram nomeados pela própria JBS.

Os acionistas minoritários processaram também André Nogueira, CEO da subsidiária americana da JBS, e Gilberto Tomazoni, CEO global da brasileira, além de William Lovetta, presidente da Pilgrim’s quando a aquisição foi anunciada.

A JBS e os executivos incluídos na ação judicial tentaram, sem sucesso, evitar que o foro do caso fosse o estado de Delaware, cujo poder judiciário é conhecido pela celeridade e por ser mais sensível a pleitos de acionistas minoritários.

Advogados familiarizados com o caso e com os trâmites locais afirmam que o mais provável é que um juiz determine a realização de avaliações independentes para mensurar o valor de mercado da Moy Park em 2017.

Se o montante destoar do que foi efetivamente pago pela Pilgrim’s pelo ativo, os minoritários poderão ser indenizados.

Outro lado Procurada, a JBS afirma que “a aquisição da Moy Park foi aprovada por unanimidade pelo Comitê Especial do Conselho de Administração da Pilgrim’s Pride Corporation, composto exclusivamente por membros independentes representando os acionistas minoritários” (Painel S.A., Folha de S.Paulo, 28/3/19)