Leilão de energia supera expectativas e atrai R$ 11,1 bilhões
Legenda: Projeções de consultorias especializadas no setor apontavam para a compra de 500 megawatts a 800 megawatts
Contratação de energia do evento ficou acima da expectativa de analistas; projetos devem começar a operar em 2025.
O leilão de energia A-6 realizado pelo governo na sexta-feira, 18, contratou usinas que somarão 2,9 gigawatts em capacidade, volume que superou expectativas de analistas e deverá representar investimentos de cerca de R$ 11,16 bilhões na implementação dos projetos, que devem iniciar operações em 2025.
Projeções de consultorias especializadas no setor apontavam para a compra de 500 megawatts a 800 megawatts, bem abaixo do resultado efetivo após quase quatro horas e meia de disputa na licitação.
“Estamos hoje festejando, os analistas de mercado de energia até ontem estimavam um volume muito abaixo. Conseguimos uma compra quase duas, três vezes dos valores previstos”, disse a jornalistas o secretário de planejamento do Ministério de Minas e Energia, Reive Barros.
O certame registrou preço médio de R$ 176,09 por megawatt, o que representou deságio de 33,73% frente aos preços teto definidos pela licitação, segundo dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
Em coletiva de imprensa, autoridades definiram como favoráveis os preços obtidos e destacaram que a contratação garantirá energia suficiente para atender o crescimento do país, mostrando ainda otimismo quanto às próximas licitações.
O secretário Barros projetou que o nível de contratação do leilão realizado na sexta poderá se repetir ou até aumentar nos próximos anos. “Nossa expectativa para 2020 é que se mantenha nesse patamar, até porque estamos hoje com reforma da Previdência ainda incompleta, reforma tributária por vir, reforma administrativa. Em 2020, vamos estar com outro nível de situação no país.”
Divisão
Entre as empresas vencedoras, que venderam energia no leilão, aparecem a brasileira Eneva, com a térmica Nova Venécia, de 92,2 megawatts, a francesa Voltalia, com dois parque solares em total de 80 megawatts e uma pequena hidrelétrica de 16 megawatts, além da norueguesa Statkraft, com projeto eólico de 75,6 megawatts, segundo relatório da CCEE.
Usinas eólicas foram a fonte com maior volume negociado, com 1,04 gigawatt em capacidade, seguidas pelas termoelétricas a gás, com 734 megawatts, e pelos parques solares, com 530 megawatts – confirmando as expectativas (Reuters, 18/10/19)