Leite: Preço pago ao produtor em agosto sobe 10,5%
O preço do leite captado em julho e pago ao produtor em agosto subiu 10,5% ante o mês anterior, a R$ 1,9426 o litro, informa o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). A “média Brasil” é novo recorde da série histórica do Cepea. O anterior havia sido registrado em agosto/16, quando foi de R$ 1,7815/litro (dados deflacionados pelo IPCA de julho/20). No ano, a alta da média Brasil é de 42,9%. "Esse avanço foi acentuado entre os meses de junho e agosto, quando os valores subiram 40,1% - nesse período, a valorização do leite ao produtor esteve atrelada à maior competição entre as indústrias de laticínios para garantir a compra de matéria-prima", disse o Cepea em nota.
Segundo o centro de pesquisas, é comum os preços do leite reagirem entre março e agosto, devido à sazonalidade da produção. Mas a situação foi agravada "pelas condições climáticas mais severas, que impactaram a retomada da produção leiteira (com destaque para a estiagem no Sul do País), pelo aumento nos custos de produção em relação ao ano anterior e pelos efeitos encadeados associados à pandemia de covid-19".
Ainda conforme o Cepea, o valor do leite spot (negociado entre indústrias) em Minas Gerais saltou de R$ 2,24/litro na primeira quinzena de julho para R$ 2,75 na segunda quinzena de agosto, alta de 22,6%. "A média mensal de agosto, de R$ 2,66/litro, superou em 12,2% a de julho e em 68,1% a de agosto de 2019, em termos reais - esse é também o maior valor da série histórica do Cepea, iniciada em julho em 2004."
Sobre o mercado pecuário, o Cepea disse ainda: "A atípica queda de preços ao produtor em maio, a própria defasagem temporal no repasse das condições de mercado ao produtor (característica da cadeia do leite) e o aumento dos custos de produção em 2020 deixaram pecuaristas mais cautelosos - muitos secaram as vacas ou diminuíram os investimentos. Essas ações dificultaram a retomada do crescimento da produção, já que a atividade leiteira é diária e seu planejamento tem efeitos tanto imediatos quanto nos meses posteriores" (Broadcast, 31/8/20)