Liberação de carne retida pela China e demanda elevam preços do boi
Valor da arroba sobe 23% no mês, atinge R$ 317 e se aproxima do recorde de julho.
A arroba de boi vem ganhando sustentação neste mês no campo. Nesta quarta-feira (24), esteve em R$ 317 no mercado paulista, um valor 23% superior ao do final de outubro.
Essa aceleração dos preços indica que o mercado se prepara para as próximas semanas, que terão demanda mais forte. A China, ao liberar a entrada no país das 110 mil toneladas de carne bovina paradas em seus portos, dá um novo sinal ao mercado.
Essa carne não precisará mais ser deslocada para outros países, o que gera nova demanda de abates para esses mercados. Com a oferta de bois restrita, os preços sobem internamente.
Com os aumentos dos últimos dias, a arroba de boi volta para o patamar próximo ao do recorde do ano, que foi de R$ 322, em julho, segundo acompanhamento diário do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).
A suspensão das exportações para a China pelo Ministério da Agricultura, devido aos dois casos atípicos de vaca louca, fez o preço da arroba despencar para até R$ 254 no final de outubro.
As exportações, porém, ainda não se recuperaram, e estão à espera do retorno chinês.
As vendas externas médias diárias recuaram para 4.896 toneladas, 42% menos do que em novembro de 2020. Os preços também não se sustentaram e voltaram a cair nesta terceira semana do mês para US$ 4.932 por tonelada, 0,4% abaixo do que na anterior.
A queda nas exportações de carne bovina permitiu uma evolução das vendas externas das carnes suína e de frango. Esta última teve evolução de 19% neste mês, em relação ao mesmo período de 2020, segundo dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior) divulgados nesta segunda-feira (22) (Folha de S.Paulo,25/11/21)