19/05/2021

Linha de produtos vegetais da PlantPlus Foods chega ao mercado

Linha de produtos vegetais da PlantPlus Foods chega ao mercado

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Legenda: Hambúrguer de 113 gramas da PlantPlus Foods possui aproximadamente 18 gramas de proteína

Por Erich Mafra

Hoje (18), a brasileira Marfrig, uma das maiores empresas de proteínas do mundo, e a americana ADM (Archer Daniels Midland), uma das maiores processadoras agrícolas e fornecedoras globais de insumos, apresentaram o que consideram mais um passo na consolidação da joint venture PlantPlus Foods, lançada em outubro de 2020, com a qual as empresas apostam no mercado de proteínas com base totalmente vegetal. Foram apresentados os produtos que estão indo para as gôndolas do varejo e também para os food services, ítens como hambúrgueres, carne moída, almôndegas e quibe.

A primeira ação conjunta de mercado da Marfrig e da ADM, antes da criação da joint venture, foi o desenvolvimento do Rebel Whooper em 2019, versão plant based do mais famoso hambúrguer da rede americana de fast-food Burger King no país. Agora, com a PlantPlus Food, o objetivo é avançar sobre o varejo, mostrando mais uma opção ao consumidor.

“Vimos um crescimento exponencial nesta categoria de alimentos durante a pandemia. Foram crescimentos de dígitos triplos; cerca de 100% no Brasil e 200% nos Estados Unidos”, explicou John Pinto, CEO da Plant Plus Foods durante o evento on line. “A PlantPlus Foods tem como propósito oferecer escolhas para os consumidores. Queremos ser a primeira opção não só para vegetarianos e flexitarianos, mas também atrair as pessoas que consomem carne bovina.”

Conforme dados mostrados na ocasião, o mercado para produtos de proteína 100% vegetal é estimado em US$ 6,5 bilhões nas Américas do Norte e Latina. Segundo o executivo, projeções internas da PlantPlus Foods indicam que esse segmento pode chegar a US$ 25 bilhões nos próximos nove anos. É nesse crescimento, de US$ 18,5 bilhões, que a joint venture quer ganhar uma fatia do mercado.

Beatriz Hlavnicka, head de marketing para a América do Sul, conta que os produtos são desenvolvidos com ingredientes como beterraba, alho, cebola e soja. “A gente tem, nos componentes, ingredientes naturais e também a soja como base. Ela é a fonte de proteína. Falamos de alto grau de digestibilidade.” A quantidade de proteína varia entre as opções da linha, mas chega próximo aos valores da carne bovina, segundo a empresa. No caso do hambúrguer, por exemplo, de 113 gramas da PlantPlus Foods, são 18 gramas de proteína.

De acordo com a executiva, o investimento em pesquisa e desenvolvimento de coprodutos da ADM é considerado vital para a criação de novos sabores e texturas, entre eles os similares às proteínas de frango ou de peixes. A atual expansão do projeto e parceria com a Marfrig é fruto do investimento de cerca de US$ 250 milhões realizado pela ADM em 2018, em Campo Grande (MS), para construir a maior planta da América Latina destinada à produção de proteínas de soja.

Para incentivar o consumo desse tipo de alimento, a PlantPlus Foods deve investir em divulgação. “Vamos trabalhar muito forte o pilar da educação e da experimentação”, diz Beatriz. “Educação através das redes sociais — em parceria com influenciadores, poderemos atingir mais de 13 milhões de seguidores — e experimentação em parceria com a  Rappi.” 

Os produtos finais serão processados na unidade da Marfrig de Várzea Grande (MT), de onde já sai o hambúrguer da Burger King. Com a capacidade da planta, a joint venture espera acessar mercados de outros países da América Latina, além do Brasil, e também exportar aos Estados Unidos. No país, outra negociação em andamento é com a rede Subway, especializada em sanduíches. 

Uma maior oferta de produtos, segundo o CEO da PlantPlus, deve levar a um cenário de preços competitivos na ponta da cadeia, trazendo os preços de produtos de proteína vegetal para a mesma faixa da proteína animal. Com a possibilidade de variar em cada região do país, a caixa com duas unidades de hambúrguer (equivalente à 226 gramas) da linha plant based deve custar em torno de R$ 21. “Vamos ter ações promocionais para fomentar a experimentação, o que vai permitir que o consumidor consiga ter acesso aos produtos a um preço ainda menor do que isso”, afirmou o CEO. No e-commerce do Saint Marche,  400 gramas do hambúrguer de picanha Bassi, marca da Marfrig, sai por R$ 24,90 (Forbes, 18/5/21)