Louis Dreyfus cansou de perder e prepara-se para saída do setor sucroenergético
Acabou-se o que quase nunca foi doce: a Louis Dreyfus Commodities (LDC) prepara sua saída do mercado sucroalcooleiro no Brasil. Os franceses teriam colocado à venda todas as dez usinas da subsidiária Biosev localizadas nos estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba e Rio Grande do Norte, com capacidade total de moagem da ordem de 35 milhões de toneladas. A operação inclui ainda um terminal no Porto de Santos.
Segundo o RR apurou, o pacote já teria sido oferecido à Raízen, a joint venture entre Cosan e Shell. No ano passado, a LDC negociou uma planta sucroalcooleira no Rio Grande Norte e chegou a colocar à venda outra usina, na Paraíba. O intuito do grupo, àquela altura, era se livrar do bagaço e permanecer apenas com as unidades mais rentáveis. Mas cadê que elas existem? Nos últimos meses, as perdas da Biosev se agravaram.
Com isso, cresceu também a pressão dos acionistas da LDC em Paris pela saída definitiva do negócio, após uma série de aportes que viraram pó. A empresa fechou o primeiro semestre da atual safra com um prejuízo de aproximadamente R$ 660 milhões, um déficit 20% maior do que o registrado em igual período no exercício passado. Anualizado, o rombo passa de R$ 1,3 bilhão.
Nas últimas duas safras, os franceses perderam mais de R$ 1,8 bilhão com a sua operação sucroalcooleira. É uma rotina que, no ano passado, custou a cabeça do então CEO da Biosev, Rui Chammas (Relatório Reservado, 25/1/19)