05/08/2022

Mais da metade das empresas brasileiras planeja investir em ESG

Mais da metade das empresas brasileiras planeja investir em ESG

Levantamento da Grant Thornton com 255 companhias mostra que movimento é motivado por redução de custos

Por Naty Falla

 

 

 

A agenda ESG (ambiental, social e de governança, na sigla em inglês) tem ganhado cada vez mais espaço no mundo corporativo. Segundo levantamento da consultoria Grant Thornton, 95% dos empresários brasileiros consideram importante reduzir a emissão de gás carbônico, gerar energia limpa e adotar esforços contra o desmatamento.

 

A pesquisa global, que fez um recorte com 255 empresas no Brasil, mostra que, desse total, 54% pretendem investir nos próximos 12 meses em projetos ligados a ESG já identificados nos planos da companhia. Entre as brasileiras, 39% das entrevistadas já estão desenvolvendo um plano estratégico com abordagem ambiental, social e de governança.

 

Outros 32% têm interesse em realizar investimentos nesses temas por meio de startups.

 

A pesquisa também mostra que a prioridade para os empresários brasileiros é o pilar ambiental (47%), seguido pelo social (29%) e o de governança (16%).

 

Esse movimento crescente em busca de sustentabilidade é motivado, na maioria das organizações, pela redução de custos (como no caso da energia elétrica) e questões ligadas aos riscos de reputação da empresa.

 

O estudo mostra que o alto custo da energia é relevante para 87% das empresas, o que impulsiona os planos de investir em projetos ou aquisições de energia renovável. Entre os negócios consultados, 83% consideram que a melhor alternativa de investimento é a energia solar.

 

Para Daniele Barreto e Silva, líder de sustentabilidade da Grant Thornton Brasil, é importante que as empresas se atentem aos motivos que as levam a adotar práticas ESG.

 

“É preciso avançar além da agenda reativa. As companhias brasileiras ampliaram seu olhar para esses aspectos, mas ainda há lacunas importantes a serem preenchidas”, explica a especialista.

 

“Os aspectos sociais, assim como os ambientais, precisam amadurecer de forma mais efetiva, pois a sociedade e os investidores estão cada vez mais atentos a identificar as empresas que estão realmente comprometidas e possuem práticas concretas de sustentabilidade”, conclui Silva.

 

 

O levantamento também mostra outros temas que estão entre as prioridades na agenda das empresas em 2022.

 

Para 68% dos entrevistados, a redução de custos é a maior prioridade, e inovação é a área que deve receber maior atenção de 55% das empresas.

 

O treinamento das equipes também teve destaque, com 49% de escolha dos empresários, seguido por desenvolvimento de novos produtos (46%), ESG (27%) e financiamento (captação de crédito), que é prioridade para 25% (Forbes, 4/8/22)