28/01/2019

Mato Grosso investe pesado na produção de etanol de milho

Mato Grosso investe pesado na produção de etanol de milho

Em entrevista ao programa Direto ao Ponto  do Canal Rural desta semana, o presidente executivo da União Nacional do Etanol de Milho (Unem) falou sobre a viabilidade do produto no mercado brasileiro

Cerca de 1,5 milhões de toneladas. Este foi o volume de milho destinado à produção de etanol em 2018, no estado que é considerado o celeiro do país. Mato Grosso vem registrando um aumento bastante significativo da demanda local desde que a transformação do cereal em etanol passou a ganhar força no estado.

Em entrevista ao programa Direto ao Ponto desta semana, o Presidente executivo da União Nacional do Etanol de Milho (Unem), Ricardo Tomczyk  (Foto) conta que a partir de 2012, quando a primeira usina “flex’’ começou a operar e foi comprovada a viabilidade econômica da aposta no milho como matéria-prima, para a produção do biocombustível, a demanda local ganhou força. A expectativa é de que esta demanda aumente ainda mais.

“Do que se produziu de etanol no estado, mais ou menos 630 milhões de litros foram de etanol de milho e o restante de etanol de cana. O que estamos vendo, em termos não só de Mato Grosso, mas de Brasil, o crescimento mais rigoroso da produção de etanol está vindo da produção de milho. Porque o milho do centro-oeste brasileiro, especialmente Mato Grosso, é um milho bastante competitivo em termos de preço.” conta o dirigente da Unem.

Atualmente, Mato Grosso possui cinco usinas que utilizam o milho para produzir o etanol. “Temos a pioneira em Campos de Júlio , com uma produção bastante significativa, temos uma usina em São José do Rio Claro, usina em Jaciara, uma usina pequena em Sorriso, que também utiliza o milho como parte da sua matéria prima na produção do etanol. E temos a pioneira, usina ‘full’ em Lucas do Rio Verde, que em menos de dois anos  dobrou de capacidade.”

O presidente explica, que a única usina “full” no estado começou a operar em agosto de 2017, e emprega apenas milho na produção de etanol, diferente das usinas ‘“flex’’, em que parte do ano, é utilizada a cana-de-açúcar e, na entressafra da cana, passa a usar o milho.

Tomczyk também destaca que os subprodutos do etanol de milho, como o DDG (proteína de milho que fica concentrada no farelo)  podem ser usados na nutrição animal, sendo uma alternativa economicamente viável.

Com pelo menos outras cinco usinas em fase de projetos e/ou instalação no estado, Tomczyk acredita que para 2019, a previsão é de a produção do milho destinada à produção do biocombustível salte para a casa dos 2,6 milhões de toneladas (Canal Rural, 27/1/19)