21/12/2018

Mercado de trabalho gera 58.664 vagas formais em novembro

Mercado de trabalho gera 58.664 vagas formais em novembro

Legenda: Brasileiros ficaram mais propensos às compras em novembro, segundo a CNC

 

Trata-se do 11º mês seguido com criação de empregos formais; saldo positivo foi puxado pelo comércio, que abriu 88 mil postos.

mercado de trabalho brasileiro criou 58.664 empregos com carteira assinada em novembro, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nesta quinta-feira, 20, pelo Ministério do Trabalho. Esse é o melhor resultado para o mês desde 2010, quando foram gerados 138.247 empregos na série sem ajuste.

O mês de novembro é o 11º seguido com criação de empregos formais, de acordo com a série histórica com ajuste sazonal.

Analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast previam expansão do mercado de trabalho com criação entre 10,016 mil a 70 mil vagas. Com base no intervalo de dez estimativas, a mediana indicava expectativa de criação de 25,600 mil postos e média de 30,260 mil contratações.

No acumulado de janeiro a novembro, o Caged registra criação de 858.415 empregos formais na série com ajuste sazonal. Nos 12 meses até novembro, o Ministério do Trabalho registra a criação de 517.733 empregos com carteira assinada.

Comércio

O crescimento do emprego em ritmo superior ao esperado pelos economistas foi liderado pelo comércio em novembro. Dados do Ministério do Trabalho indicam que os serviços registraram a criação de 88.587 empregos, seguido pelos serviços, que elevaram o número de trabalhadores com carteira assinada em 34.319 vagas. Dos oito grandes setores da economia acompanhados pelo Caged, apenas dois – comércio e serviços – geraram empregos formais no mês passado.

Entre os demais setores, a indústria de transformação perdeu 24.287 empregos formais, a agropecuária fechou 23.692 postos e a construção civil destruiu 13.854 empregos com carteira. O Caged também informou que a administração pública registrou 1.122 empregos fechados, o segmento de extração mineral teve 744 vagas encerradas e os serviços industriais de utilidade pública encerraram 543 empregos no mês passado.

ANÁLISE: Recuperação forte e em aceleração – Por Eduardo Zylberstajn

Os números do Caged confirmam o cenário observado já há alguns meses: o mercado de trabalho está em recuperação e a criação de emprego está em um ritmo razoável e em aceleração. Em geral, o penúltimo mês do ano é mais fraco para o emprego formal, mas vimos neste fim de 2018 uma aceleração no total de vagas criadas no acumulado em 12 meses, especialmente por conta do comércio e de serviços.

Por outro lado, nunca é demais lembrar duas ressalvas importantes. Primeiro, a recuperação que temos observado no emprego e na atividade econômica como um todo ainda é cíclica, tímida frente ao severo tombo que o Brasil levou desde 2014 e muito por conta da expectativa positiva com as reformas prometidas pelo presidente eleito Jair Bolsonaro. É, portanto, frágil. Há os cada vez maiores riscos externos e o imponderável no front interno: o que podemos esperar do novo Congresso e do Judiciário, que volta e meia surpreende a sociedade com decisões de grande impacto econômico e de mérito discutível.

Além disso, estamos ainda muito longe de recuperar o prejuízo que os anos de 2015 a 2017 nos deixaram. Para ficar apenas nos números do Caged, foram perto de 3 milhões de vagas formais a menos nesse triênio. Ou seja: ainda é muito cedo para comemorar (O Estado de S.Paulo, 21/12/18)