México abre mercado para carne bovina do Brasil; aprova 34 frigoríficos
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O México anunciou na noite de segunda-feira (6) requisitos sanitários que abrem as portas para a importação de carne bovina do Brasil, enquanto o governo do presidente Andrés Manuel López Obrador busca fontes de abastecimento de alimentos para combater os altos níveis de inflação.
Ao todo, 34 plantas frigoríficas foram habilitadas para exportação, informou o Ministério da Agricultura brasileiro nesta terça-feira em nota.
O Estado de Santa Catarina poderá exportar carne in natura, resfriada ou congelada com osso desde que esteja com situação de febre aftosa sem vacinação, disse um comunicado da Secretaria de Agricultura (Sader).
Outros 14 Estados brasileiros, entre os quais importantes produtores como Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, poderão exportar para o México apenas carne maturada e desossada devido à sua condição sanitária livre de febre aftosa com vacinação.
"O Brasil mostra a potência e a grandiosidade da sua pecuária, e a expansão de mercados está se tornando uma grande oportunidade para a retomada do crescimento desta atividade econômica. Habilitar 34 plantas frigoríficas para o México é um sonho de mais de uma década que o Brasil tinha", disse no comunicado o ministro da Agricultura brasileiro, Carlos Fávaro.
A abertura do mercado marca a conclusão de uma negociação iniciada há mais de 12 anos para a comercialização do produto entre os países.
O aval mexicano à carne brasileira chegou a ser criticado por produtores locais que alertam para os riscos à saúde.
López Obrador lançou alguns programas para combater a inflação, que não mostra sinais de desaceleração, principalmente a inflação subjacente, um parâmetro melhor para medir a trajetória dos preços, o que levou o Banco do México a elevar sua taxa básica para os atuais 11%.
Na semana passada, o presidente disse ter conversado com vários de seus colegas latino-americanos para lançar um plano conjunto contra a inflação que incluiria a eliminação de tarifas e outras medidas para o comércio de alimentos e mercadorias.
A Sader ainda ressaltou que o Brasil manteve sua condição de risco insignificante para a encefalopatia espongiforme bovina (EEB), conhecida como mal da "vaca louca", depois que um caso atípico da doença foi detectado no Estado do Pará no final de fevereiro.
O ministério brasileiro destacou também que o México ampliou recentemente seu mercado para a carne suína do Brasil (Reuters, 7/3/23)