Migração para mercado livre de energia caiu 45% em 2017
A adesão de consumidores de energia ao mercado livre, em que grandes clientes escolhem de quem comprar, caiu 45% em 2017, aponta a CCEE (câmara de comercialização).
O valor de referência para contratos, que flutua de acordo com o nível dos reservatórios, subiu, diz Rui Altieri, presidente do conselho da CCEE.
"Ficou claro, a partir de maio, que os preços seriam altos, o que reduz a atratividade da migração. Além disso, a tarifa das distribuidoras está bem comportada."
A oferta de energia renovável está menor, afirma Ricardo Daelil, diretor da comercializadora Electra. Parte dos consumidores livres só pode comprar de solar, biomassa ou pequenas hidrelétricas.
"Estamos perto do limite dessas fontes, e o prêmio por elas aumentou em 2017."
A solução será alterar a demanda, diz Sami Grynwald, gerente da consultoria Thymos. "Uma mudança regulatória pode tirar a pressão da procura por essas geradoras."
Para aliviar a busca por renováveis e reduzir seu valor no mercado, o governo abriu consulta pública de uma lei que permite que mais clientes contratem a fonte que quiserem.
A mudança teria o potencial para fazer a migração superar o patamar recorde de 2016, diz Reginaldo Medeiros, da associação de comercializadores. As propostas, no entanto, são tímidas, afirma ele.
"Com o texto do projeto, 30 mil novos consumidores poderão acessar o mercado livre daqui a 10 anos. A nossa ideia é permitir que todos participem dele a partir de 2024" (Folha de S.Paulo, 17/1/18)