10/10/2022

Milho: Análise Conjuntural Agromensal Setembro/22 Cepea/Esalq/USP

Milho: Análise Conjuntural Agromensal Setembro/22 Cepea/Esalq/USP

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Os preços do milho registraram pequenas alterações em setembro, mas fecharam o mês em alta na maioria das regiões acompanhadas pelo Cepea. A sustentação veio da paridade de exportação, que avançou devido às preocupações relacionadas ao conflito entre a Rússia e a Ucrânia, à quebra de safra na União Europeia e a incertezas quanto à produtividade das lavouras que estão sendo colhidas nos Estados Unidos.

 

Quanto aos compradores brasileiros que, em meados de agosto, relatavam certa dificuldade em negociar – voltaram a se afastar do mercado spot nacional em setembro, cenário que enfraqueceu os preços do cereal no mercado interno em alguns momentos.

 

Esses demandantes estiveram atentos ao início da colheita nos Estados Unidos, às estimativas de safra brasileira volumosa e às estimativas indicando estoques de passagem nacionais 20% maiores ao final da temporada 2021/22. Já vendedores, apesar de não terem apresentado necessidade de “fazer de caixa”, se mostraram flexíveis, devido aos estoques elevados desta temporada.

 

Esse contexto foi verificado sobretudo no Centro-Oeste, onde está concentrada a maior parte da produção da segunda safra e local em que produtores tiveram dificuldades de armazenar o cereal.

 

PREÇOS

No acumulado de setembro, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa subiu 0,6%, fechando a R$ 84,42/saca de 60 kg no dia 30. A média mensal, de R$ 84,06/sc, aumentou 1,9% sobre a de agosto. Na média das regiões acompanhadas pelo Cepea, os valores acumularam altas de 1,0% no mercado de lotes (disponível) e de 0,7% no de balcão (ao produtor).

 

Quando comparadas as médias mensais, as valorizações foram de 2% e de 0,9%, respectivamente. Na B3, o vencimento Nov/22 permaneceu firme em setembro (+0,02%), fechando a R$ 89,76/sc de 60 kg no dia 30. Os contratos Jan/23 e Mar/23 apresentaram ligeiras altas de 0,4%, indo a R$ 94,32/sc, e de 0,3% a R$ 97,00/sc, respectivamente.

 

PORTOS

Os valores avançaram, motivados pelo forte ritmo das exportações brasileiras e pela alta dos preços internacionais, que, por sua vez, foram influenciados por preocupações na Europa e por incertezas quanto à produtividade das lavouras nos Estados Unidos.

 

Em setembro, os preços nos portos operaram em patamares acima dos verificados no spot nacional, contexto contrário do registrado no mesmo período do ano passado, quando compradores nacionais estavam mais ativos, mas a demanda internacional estava desaquecida.

 

No acumulado do mês, as elevações foram de 1,9% em Paranaguá, a R$ 90,30/saca de 60 kg, e de 0,4% em Santos a R$ 88,97/saca no dia 30. A moeda norte-americana se valorizou 3,4% de 31 de agosto a 30 de setembro, a R$ 5,379 no último dia útil do mês.

 

As exportações brasileiras totalizaram 6,78 milhões de toneladas em setembro, superando os 2,85 milhões no mesmo mês de 2021. Quanto às importações, somaram 401,088 mil toneladas, 1,54% inferior ao observado em set/21, segundo a Secex.

 

CAMPO

Enquanto compradores se mostraram abastecidos, produtores estiveram focados no plantio da safra verão. As chuvas até chegaram a limitar a semeadura em algumas regiões, mas favoreceram o desenvolvimento das lavouras já implantadas, sobretudo no Paraná. Até o dia 3 de outubro, 67% da área paranaense havia sido semeada, segundo dados da Seab/Deral.

 

No Rio Grande do Sul, as chuvas auxiliaram na umidade dos solos, e os trabalhos de campo foram retomados. De acordo com a Emater/RS, 56% da área foi semeada até o dia 29 de setembro, ritmo superior ao da temporada passada (54%).

 

Considerando-se a área nacional, a Conab indicou que os trabalhos de campo chegaram, até o dia 1º de outubro, em 22,7% do total. Já na Argentina, a Bolsa de Cereales apontou no dia 29 que a baixa umidade dos solos estava dificultando a semeadura, que somava 5,8% da área.

 

INTERNACIONAL

Os preços externos do milho encerraram o mês em alta, apesar da forte realização de lucros em alguns dias e do início da colheita nos Estados Unidos. As preocupações com a oferta global, devido à seca na Europa e na China, e as exportações incertas do Mar Negro elevaram as cotações.

 

O primeiro contrato na Bolsa de Chicago (CME Group) apresentou leve alta de 0,56% no acumulado de setembro, fechando a US$ 6,7750/bushel (US$ 266,72/t) no último dia útil de setembro. O segundo e o terceiro vencimentos avançaram 2,01%, a US$ 6,8400/bushel (US$ 269,27/t), e 1,18%, a US$ 6,8450/bushel (US$ 269,47/t), respectivamente (Assessoria de Comunicação, 6/10/22)