Minerva fala sobre aquisição bilionária de frigoríficos da Marfrig
FRIGORIGICO (Imagem REUTERS Paulo Whitaker)
Negócio, que gira em torno de R$ 7,5 bilhões, deve oferecer vantagens logísticas e de geração de valor para a Minerva; entenda
Por Pasquale Augusto
No fim de agosto, Minerva (BEEF3) e Marfrig (MRFG3) acertaram contrato de R$ 7,5 bilhões envolvendo a alienação de 16 plantas e um centro de distribuição.
Durante entrevista com o Agro Times, o head de relações com investidores da Minerva, Danilo Cabrera, falou sobre os planos do frigorífico com a operação.
“Essa é uma aquisição estratégica dentro do nosso modelo de negócios, de termos uma maior capacidade de arbitragem, contando com um parque operacional que me permita arbitrar cada vez mais o mercado. Quando eu aumento a escala, adicionamos ainda mais capacidade de arbitragem. Estamos falando de 16 plantas e um centro de distribuição na América Latina, espalhadas entre Brasil, Argentina, Uruguai e Chile, que com exceção ao Chile, são todos mercados onde já operamos”, disse.
Como a Minerva deve lucrar com ativos da Marfrig?
Segundo Cabrera, do ponto de vista comercial, a aquisição representa uma sinergia relevante para a Minerva.
“Vamos ampliar ainda mais o nosso market share no mercado internacional, o que me permite ser mais eficiente no ponto de vista de utilização dos ativos, assim como no âmbito logístico, com melhores preços e eficiência.
Em sua visão, isso contribui para gerar valor nessa aquisição.
“Estamos aguardando a aprovação em cada dos mercados onde ocorreu o negócio. Sendo assim, temos uma grande expectativa de que em breve a gente possa concluir esse processo, integrar os ativos, começar a operá-los e a partir daí começar a extrair valor, gerando caixa e desalavancando a companhia”, explica
Por fim, Cabrera voltou a citar o ciclo positivo do gado no Brasil, que deve jogar ainda mais em favor do frigorífico com a aquisição.
“Capturar ativos na América do Sul em um momento onde a disponibilidade de animais é muito forte e crescente, acaba sendo um gatilho bastante relevante em termos de geração de valor, já que é uma capacidade adicional que eu vou ter no meu parque operacional de acelerar a utilização dos ativos, gerar mais volume, acessar com mais força o mercado internacional, gerar Ebitda, caixa e valor para o acionista. O foco total da Minerva nos próximos 12-18 meses está na integração desses ativos”, finaliza (Money Times, 23/11/23)