Minerva puxa fila e mais 2 empresas devem captar no exterior nesta semana
MINERVA FOODS
Frigorífico anunciou emissão de títulos de dívida que pode chegar a US$ 1 bilhão.
Mais duas empresas brasileiras, além da Minerva, devem aproveitar o retorno dos investidores estrangeiros das férias de verão após o feriado do Dia do Trabalho nos Estados Unidos, nesta segunda-feira, para anunciar emissão de títulos de dívida (bonds) no exterior esta semana. Os nomes são guardados a sete chaves, mas a Coluna apurou que um novo anúncio será feito nesta terça-feira. A Minerva anunciou nesta segunda-feira conversas para emissão de bonds que, de acordo com fontes, pode chegar a US$ 1 bilhão. O preço deve ser definido na quarta-feira ou quinta-feira.
Entre aqueles que já sinalizaram a intenção de aproveitar essa janela de setembro estão a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e o Tesouro brasileiro, que quer emplacar US$ 2 bilhões em bônus sustentáveis. Há ainda a expectativa por uma emissão do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), seguindo a oferta do Tesouro.
O acionista e presidente da CSN, Benjamin Steinbruch, disse à Coluna no fim de agosto que a empresa aproveitaria a primeira boa janela para captar no mercado de dívida externa, mas muitos executivos lembram que a CSN costuma tomar decisões de ir ao exterior de um dia para outro.
Custo de captação no exterior caiu
Tradicionalmente, setembro é um momento em que a demanda aumenta por parte dos investidores norte-americanos, que, assim como em janeiro, começam a recompor seus livros. O responsável pela área de mercado de capitais de dívida do Bank of America Brasil (Bofa), Caio de Luca, afirma que o prêmio de risco exigido pelos investidores para comprar títulos de dívida das empresas brasileiras está na mínima do ano, significando menor custo para o emissor. Segundo dados do BofA, em março, no pico deste ano, os investidores exigiam 4,60% de prêmio. Agora, está em 3%.
De Luca diz não haver muito espaço para volatilidade nos títulos do Tesouro dos Estados Unidos, que compõem o preço das novas emissões de bonds. “O mercado espera uma alta de juros em novembro e as projeções de corte foram postergadas para o segundo semestre de 2024″, afirma.
O sócio da gestora JGP, Alexandre Muller, afirma que a janela de setembro pode não ser tão favorável quanto se espera, uma vez que os investidores estrangeiros dedicados a emergentes continuam a sacar recursos desses fundos de renda fixa de crédito privado. De acordo com ele, no acumulado do ano até agosto, os fundos dedicados aos títulos de emergentes tiveram um fluxo negativo de US$ 5,7 bilhões.
Volume de captação de empresas brasileiras neste ano ainda é tímido
De Luca, do BofA, argumenta que, mesmo assim, muitos fundos estão subalocados, porque houve um volume muito grande de recompra de bonds que não foram substituídos. No ano passado, as empresas brasileiras captaram US$ 14,5 bilhões com emissão de bonds, um volume bem tímido para o País, que normalmente levanta entre US$ 30 bilhões e US$ 35 bilhões ao ano nesse mercado (Coluna do Broadcast, 4/9/23)