Ministro da Agricultura espera fim de embargo à China em até 15 dias
Carlos Fávaro afirmou que MP para produtores do RS está em processo de construção e a ideia é que ela seja publicada até 30 de julho(Foto Mapa)
Por Pasquale Augusto
Durante participação em reunião do Conselho Superior do Agronegócio (Cosag) na Fiesp, em São Paulo, para falar sobre o Plano Safra 24/25, o ministro da Agricultura e Pecuária do Brasil (Mapa), Carlos Fávaro, confirmou a possibilidade de até anistia de dívidas para produtores do Rio Grande do Sul, prejudicados pelas chuvas e enchentes que atingiram o estado.
Segundo ele, esse é um compromisso com todo o setor, a partir da criação de uma Comissão Mista com governo, parlamento e a Comissão de Agricultura da Câmara, para estratificar os problemas.
Não vim dizer que todos os produtores vão ter anistia, mas como o aquele produtor que perdeu equipamentos, instalações e até sua casa, pode parcelar dívidas se ele precisa refazer tudo de novo. Critérios técnicos serão vistos, seja pela Comissão de Agricultura dos Municípios, com a Emater, então é possível que venha até anistia de dívidas de custeio e do investimento em 2024 e 2025. Paralelo há isso, há linhas de crédito para reconstrução”, disse.
O ministro da Agricultura afirmou que essa MP (Medida Provisória) está em processo de construção e a ideia é que ela seja publicada até 30 de julho.
“Essas são dívidas com o sistema financeiro, na terça (23), vamos ter uma reunião com as cooperativas para tratar das dívidas delas, e depois disso, há dívidas de produtores com a iniciativa privada. A incerteza paira no RS, então temos de agir”, completa.
Carlos Fávaro ressalta papel do Brasil na sanidade animal
No fim da semana passada, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) decidiu pelo autoembargo das exportações de carne de frango do Brasil após o registro de um caso de doença de Newcastle em um aviário comercial no Rio Grande do Sul. Com isso, o Mapa suspendeu as exportações de aves do Brasil para China.
Perguntado sobre o tema, Fávaro ressaltou que o Brasil conta com uma “régua muito alta” no que se refere a sanidade animal, com cumprimento total dos protocolos e transparência com os acontecimentos.
“Em fevereiro do ano passado, quando tivemos o caso de mal da vaca louca, em pouco mais de 20 dias nós desembargamos as restrições com a China. A granja que registrou o caso de doença de Newcastle foi uma localidade que sofreu com chuva de pedra, entrando água, com a morte de 7 mil dos 14 mil animais, sendo que apenas um constatou a doença, mas todos os protocolos foram cumpridos, o que nos permite reabrir os mercados de forma rápida”.
“Já tivemos reuniões online com a China, com as autoridades do GACC, e apresentamos nesta segunda às medidas que nós tomamos. Eles disseram que terão uma resposta no máximo em 10 – 15 dias, para liberação total do mercado chinês para o Brasil”, disse Roberto Perosa, secretário de Comércio e Relações Internacionais (Money Times, 23/7/24)
Newcastle/Fávaro: Adoção do autoembargo foi fundamental para evitar riscos
doença de Newcastle Foto Reprodução Blog Zoetis
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, defendeu a decisão do governo brasileiro de adotar autoembargos para mais de 40 mercados diante da confirmação de um caso da doença de Newcastle em granja comercial de Anta Gorda (RS) na semana passada. “A adoção do autoembargo foi fundamental para evitar riscos maiores. Se estourassem casos em outras regiões, poderia haver repercussão muito negativa”, disse.
O Ministério da Agricultura suspendeu de forma preventiva a exportação de produtos avícolas para 44 países, com diferentes raios de restrição adotados. Eles vão de dez quilômetros da área afastada, em Anta Gorda (RS), até todo o território brasileiro, a depender do mercado.
A medida atende aos requisitos acordados nos certificados sanitários internacionais com esses países, mas também compreende uma preocupação do ministério para passar tranquilidade aos países compradores da carne de frango do Brasil. “Fechamos o mercado do Rio Grande do Sul para dar tranquilidade aos compradores”, afirmou Fávaro em entrevista coletiva após reunião do Conselho Superior do Agronegócio (Cosag) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) nesta segunda-feira.
O ministro explicou que o Brasil tem conversado com os principais mercados compradores da carne de frango do País e que há a expectativa de diminuir as áreas de restrição do autoembargo a partir dessas reuniões, com a apresentação do cenário atual e das medidas que estão sendo adotadas. “Vamos começar a reduzir o círculo de restrição por Newcastle”, disse. “Estamos tratando diariamente com os principais mercados compradores de carne de frango”, acrescentou (Broadcast, 23/7/24)
Há risco de transmissão esporádica de newcastle para humanos, mas não entre humanos
A doença de Newcastle (DNC) pode ser transmitida de aves contaminadas para seres humanos, informou o Ministério da Agricultura em publicação nas redes sociais sobre sintomas e riscos da doença. De acordo com a pasta, pode ocorrer "transmissão esporádica" para seres humanos pela manipulação de aves vivas infectadas. Em humanos, a manifestação da doença pode ocorrer com conjuntivite leve e sintomas gripais. O Ministério esclareceu ainda que não há casos de transmissão da DNC entre humanos.
O ministério reforçou na publicação que não há risco de contaminação pelo consumo de carne de frango e ovos. O consumo de produtos avícolas inspecionados pelo Serviço Veterinário Oficial (SVO) permanece seguro, de acordo com a pasta. "A vigilância e a biosseguridade asseguram que a doença mantenha-se fora do sistema comercial e mantém a produção saudável de produtos destinados ao consumo humano", afirmou a pasta.
O esclarecimento oficial do ministério sobre a doença vem após a detecção de um foco de DNC em um estabelecimento industrial de 14 mil animais em Anta Gorda, no Rio Grande do Sul, confirmado na última quarta-feira (17). A doença de Newcastle é uma doença viral que afeta aves domésticas e silvestres e causa sinais respiratórios seguidos por manifestações nervosas. Segundo o Ministério, o estabelecimento avícola foi "imediatamente interditado". Os últimos casos no País tinham sido registrados em 2006, em aves de subsistência nos Estados de Amazonas, Mato Grosso e Rio Grande do Sul.
Os sintomas da Newcastle em aves vão de sinais respiratórios, a neurológicos, digestivos e reprodutivos. O vírus é transmitido em contato direto entre aves infectadas e saudáveis, por secreções ou por superfícies contaminadas, explicou o ministério. "Granjas comerciais devem redobrar a atenção com relação à biosseguridade", alertou a pasta. Conforme o ministério, qualquer suspeita da doença deve ser comunicada imediatamente ao Serviço Veterinário Oficial do Estado (Broadcast, 22/7/24)