13/11/2024

Moagem de cana caiu 21% no Centro-Sul na 2ª quinzena de outubro

Moagem de cana caiu 21% no Centro-Sul na 2ª quinzena de outubro

No acumulado da safra, a moagem de cana atingiu 566,03 milhões de toneladas, aumento de 0,88% — Foto: Wenderson Araújo - CNA

 

Produção de açúcar e de etanol também sofreu queda no período.

 

A moagem de cana-de-açúcar no Centro-Sul do Brasil alcançou 27, 17 milhões de toneladas na segunda quinzena de outubro, número que é 21,62% menor, se comparado ao mesmo intervalo da safra anterior (2023/24), quando o esmagamento do ano passado na região foi de 34,66 milhões.

 

Os dados se referem à operação de 250 unidades produtoras na região Centro-Sul. Desse total, 231 são unidades com processamento de cana, nove empresas fabricam etanol a partir do milho e dez são usinas flex, conforme divulgou nesta terça-feira (12/11) a União da Indústria de Cana-de-açúcar e Bioenergia (Unica).

 

No mesmo período da safra 2023/24, estavam em funcionamento 258 unidades produtoras. Até o final da segunda quinzena de outubro deste ano, 27 unidades encerram a moagem.

 

De acordo com o levantamento, no acumulado da atual safra (2024/2025) até 1º de novembro, a moagem atingiu 566,03 milhões de toneladas, leve aumento de 0,88% em relação aos 561,09 milhões de toneladas registradas no mesmo período no ciclo anterior.

 

No acumulado desde o início do ciclo 2024/2025, 38 unidades finalizaram as operações. No mesmo período da safra anterior, 26 usinas haviam finalizado a moagem.

 

“Além do término de safra em algumas unidades, a redução na moagem quinzenal esteve associada à dificuldade de operacionalização da colheita em Goiás, Minas Gerais e nas regiões central e noroeste paulista, que foram impactadas pelas chuvas”, explicou o relatório da Unica.

 

Produção de açúcar e etanol

 

A produção de açúcar na segunda metade de outubro chegou a 1,78 milhão de toneladas, recuo de 24,30% na comparação com igual período na safra 2023/2024, que registrou 2,36 milhões de toneladas.

 

No acumulado desde o início da safra até 1º de novembro, a fabricação do adoçante totalizou 37,38 milhões de toneladas, tímido aumento, de 0,27%, na comparação entre temporadas.

 

Na última quinzena de outubro, apenas 46,12% da matéria-prima disponível foi direcionada para a produção de açúcar, enquanto 48,85% foram destinados à produção de commodity no mesmo período da safra 2023/2024.

 

etanol, por sua vez, alcançou 1,64 bilhão de litros nas unidades do Centro-Sul, dos quais 990,3 milhões de litros de hidratado (8,22% a menos) e 650,3 milhões de litros de anidro, retração de 8,03%. No acumulado do atual ciclo agrícola, a fabricação do biocombustível subiu 6,9% e totalizou 28,85 bilhões de litros, dos quais 18,4 bilhões são de etanol hidratado e 10,46 bilhões de anidro, que caiu cerca de 5%.

 

“Do total de etanol obtido na segunda quinzena de outubro, 21,8% foram fabricados a partir do milho, que registrou produção de 357,92 milhões de litros neste ano, contra 268,62 milhões de litros no mesmo período do ciclo 2023/2024 – aumento de 33,25%”, detalhou a Unica.

 

No acumulado desde o início da safra até 1º de novembro, a produção de etanol de milho atingiu 4,49 bilhões de litros, alta de 27,80% na comparação com igual período do ano passado.

 

Qualidade da produção de cana

 

Segundo a Unica, em relação à qualidade da matéria-prima, o nível de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) na segunda quinzena de outubro atingiu 149,48 kg de ATR por tonelada de cana-de-açúcar versus 146,14 kg por tonelada na safra 2023/2024 – variação positiva de 2,28%. No acumulado da safra, o indicador marca 142,58 kg de ATR por tonelada, índice levemente superior (1,04%) ao do último ciclo na mesma posição (Globo Rural, 12/11/24)