Moagem de cana do CS deve ter 1ª alta desde 2015/16;Agroconsult vê 575 mi t
A moagem da cana-de-açúcar no Centro-Sul do Brasil na safra 2019/20, que começa oficialmente em abril, deverá somar 575 milhões de toneladas, alta de 0,8 por cento ante a temporada atual, mas pode crescer ainda mais caso se confirmem mais chuvas ao longo de abril, estimou nesta quinta-feira a Agroconsult, em relatório.
Seria o primeiro crescimento na moagem ante a temporada anterior desde 2015/16, com o setor encarando nos últimos anos problemas climáticos e realizando investimentos insuficientes nos canaviais, diante de dificuldades financeiras em muitas companhias.
Outras consultorias, como a Datagro e a Safras & Mercado, também estão indicando aumento na safra do centro-sul em 2019/20.
Segundo a Agroconsult, os modelos de projeção —baseados no índice de vegetação dos canaviais da região— mostram a possibilidade de uma safra ainda maior, por volta de 590 milhões de toneladas ou um pouco acima disso.
A consultoria ressaltou, contudo, que essa projeção mais otimista dependeria de chuvas.
“Adotamos, no entanto, uma expectativa mais conservadora neste momento. Para que a safra seja maior, será preciso que se confirmem as previsões de chuva em março e abril”, disse a consultoria, destacando que é preciso levar em consideração também que a idade média do canavial continua elevada, uma vez que a taxa de renovação continua abaixo do considerado ideal, algo que limita o aumento da moagem.
A Agroconsult estimou que 63 por cento da produção de cana será destinada para etanol no centro-sul em 2019/20, ante máxima histórica de 66 por cento em 2018/19, quando os preços do biocombustível estiveram mais remuneradores que os do açúcar.
Agora a consultoria vê o mix de cana para açúcar subindo para 37 por cento, o que resultará em uma produção de etanol de 28,7 bilhão de litros em 2019/20, queda de 6 por cento ante 2018/19.
Dessa forma, a produção de açúcar do Centro-Sul foi estimada em 28,8 milhões de toneladas em 2019/20, alta de 9 por cento na comparação com 2018/19.
“A paridade entre os dois produtos melhorou um pouco a favor do açúcar. Mas o etanol ainda é mais vantajoso”, comentou o analista da Agroconsult Fabio Meneghin, ao ser questionado sobre o aumento da produção do açúcar (Reuters, 14/3/19)