MS: Usina é investigada por contaminar rio e causar morte de peixes
Legenda: Conteúdo da caldeira da Usina Rio Amambai Agroenergia teria caído em uma das lagoas que formam o Rio Amambaí
Depósito da caldeira de uma Usina caiu no Rio Amambaí, água ficou sem oxigênio e peixes morreram.
Em Naviraí, a 366 km de Campo Grande, a Usina Rio Amambai Agroenergia, de cana-de-açúcar é investigada, pelo MPMS (Ministério Público Estadual) pela morte de diversas espécies de peixes no Rio Amambaí. A morte das espécies ocorreu no dia 5 de julho de 2018 e a empresa foi autuada pela PMA (Polícia Militar Ambiental) em R$ 60 mil.
Responsável pelo inquérito civil instaurado no dia 23 de janeiro, o titular da 1ª Promotoria de Justiça do Meio Ambiente de Naviraí, Paulo da Graça Riquelme de Marcedo Júnior aponta que no dia 5 de julho foi identificado “um grande número de espécies animais mortas” em uma lagoa formada ao lado do Rio Amambaí.
O local fica às margens do terreno da usina e na mesma ocasião, cita o promotor, uma tubulação da empresa estava rompida, causando depósito de afluentes, que alcançaram a lagoa, “de onde se concluiu ser esta a causa da poluição”.
Ao visitar o local, policiais da PMA afirmam que a água aparentava coloração escura e “forte odor de rejeitos de cana-de-açúcar”. Foram mortas, segundo a corporação, espécies de piabinha, pequira, mato grosso, saicanga, cascudo chinelo, cascudo-pintado, tuvira, cará, lambari, curimba e mandi.
Ao visitarem o pátio da indústria, verificaram “um considerável derramamento de líquido da caldeira com fuligem de cana”. O material escorreu até a lagoa, que tem contato direto com o Rio Amambaí. No relatório enviado à Promotoria, os policiais ainda afirmam que no momento da vistoria, funcionários trabalhavam na contenção do derramamento. Uma área de 6 hectares foi atingida.
Os policiais solicitaram a presença da Sanesul (Empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul) e da ong Gebio. As instituições coletaram amostras e constataram que os rejeitos provocaram ausência de oxigênio na água, causando a morte dos peixes.
A reportagem do Campo Grande News tentou contato com a empresa, diversas vezes, pelo telefone, mas as ligações não foram atendidas (Campo Grande News, 25/1/19)