MST protesta contra agrotóxicos e queima pneus na sede da Bayer
PROTESTO NA BAYER - Acervo MST Divulgação
Empresa condenou danos causados pela manifestação e disse que a ação violenta é inaceitável.
Um grupo de manifestantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) protestou nesta sexta-feira (10) na sede da Bayer em Jacareí (90 km de São Paulo) contra a produção e o uso de agrotóxicos na agricultura do país.
Formado por cerca de 100 manifestantes da Juventude Sem Terra, o grupo ateou fogo a pneus próximo a uma estrutura com o símbolo da Bayer, pichou paredes e realizou um ato na entrada da empresa.
Em nota, a Bayer condenou os danos causados pela manifestação e disse que a ação violenta é inaceitável em uma sociedade democrática.
"Condenamos veementemente a violência e os danos cometidos durante a manifestação nos escritórios da Bayer. Estamos sempre abertos ao diálogo e à transparência, mas a ação violenta é inaceitável em uma sociedade democrática, e totalmente contrária aos nossos valores", informou.
O protesto em Jacareí faz parte de uma série de ações da Jornada Nacional da Juventude Sem Terra que tem como objetivo denunciar os impactos ambientais e sociais do agronegócio.
"A ação expressa a força e a capacidade organizativa da juventude em torno da nossa pauta da Reforma Agrária Popular e também o intuito de denunciar os crimes ambientais do agronegócio e as mortes cometidas por envenenamento pelos agrotóxicos produzidos dentro dessa empresa", disse Maurício Arante, do Coletivo de Juventude do MST.
Legenda: Membros do MST picharam muros de escritórios da Bayer em protesto contra agrotóxicos - Acervo MST / Divulgação
Também aconteceram manifestações nos estados do Espírito Santo, Minas Gerais e Rio de Janeiro em torno da questão ambiental.
Em nota sobre o protesto, o MST destacou que a Bayer importa para o Brasil substâncias que são proibidas em outras partes do mundo e que os herbicidas à base de glifosato trazem risco à saúde humana e ambiental.
A empresa ainda disse entender as preocupações dos manifestantes, mas defendeu o uso dos defensivos agrícolas.
"Precisamos de sementes com tecnologia inovadora, proteção de cultivos e soluções digitais para enfrentarmos alguns dos maiores desafios do nosso tempo: produzir alimentos suficientes para uma população mundial crescente utilizando menos recursos", informou em nota (Folha de S.Paulo, 12/6/22)