16/03/2021

MT: Prefeitura de Sorriso decreta situação de emergência devido às chuvas

MT: Prefeitura de Sorriso decreta situação de emergência devido às chuvas

Legenda: Chuvas alagaram lavouras, atolam máquinas e prejudicam colheita da soja e plantio do milho em Sorriso (MT) — Foto: Sindicato Rural de Sorriso (MT)

 A prefeitura de Sorriso (MT), um dos mais importantes produtores de grãos do País, decretou, na semana passada, situação de emergência devido às chuvas prolongadas neste início de ano, que prejudicam a agricultura e afetam também a educação e a saúde locais. O decreto foi formalizado na quinta-feira (11), com base no material elaborado de maneira integrada por secretarias municipais, representantes do Sindicato Rural de Sorriso, e compilado pela Coordenação de Proteção e Defesa Civil (Compdec), segundo nota divulgada pela prefeitura.

A chuva que se intensificou no período da colheita inundou lavouras, avariou estradas, danificou galerias de drenagem e trouxe mais incertezas em um período já marcado pela pandemia de covid-19, conforme o comunicado. "Tem sido um período muito difícil e estamos somando esforços para amenizar a situação, formalizando em um documento que o acúmulo de mais de 800 milímetros nos últimos 45 dias trouxe danos à infraestrutura das estradas vicinais, assim como perdas severas à agricultura de modo geral, dificuldades para o transporte escolar e, o que é ainda mais grave, o transporte de pacientes dos municípios vizinhos para o Hospital Regional de Sorriso", afirmou o prefeito de Sorriso, Ari Lafin, na nota.

O documento estima os prejuízos no município em cerca de R$ 1,5 bilhão para o setor privado e em R$ 850 mil para o setor público. Segundo a nota, o decreto torna menos burocrático o processo para recuperação da infraestrutura logística, por dispensar a necessidade de licitação para recuperar pontes, estradas e promover outras obras para restaurar as estruturas afetadas pela chuva, e garante aos produtores a oportunidade de renegociar contratos e dívidas.

Ainda no comunicado, o secretário municipal de Agricultura e Meio Ambiente, Marcelo Lincoln, ressaltou a preocupação com a safra de milho, argumentando que plantar a semente com muita água no solo impede que o cereal finque raízes profundas no solo. "Se vier um veranico mais pra frente, a planta não sobrevive", afirmou, na nota. Além do solo encharcado, a conclusão da semeadura fora da janela indicada para o ciclo produtivo da planta também aumenta o risco para o cultivo do milho em segunda safra, segundo a nota.

Conforme o representante do Sindicato Rural de Sorriso e delegado da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Tiago Stefanello, o documento representa importante ferramenta de negociação para os produtores. "É o momento de negociar, de dialogar e buscar uma forma de reduzir este impacto", disse, no comunicado (Broadcast, 15/3/21)