Mudar imagem do Brasil exige ações concretas, como troca de ministro
Por Valdo Cruz
Na avaliação desses assessores, uma dessas medidas é a troca do ministro do Meio Ambiente. Atualmente, a pasta é comandada por Ricardo Salles.
Após o presidente Jair Bolsonaro afirmar nesta quinta-feira (2), na cúpula do Mercosul, que trabalhará para mudar "opiniões distorcidas" sobre a política ambiental brasileira, assessores presidenciais disseram ao blog que campanhas publicitárias e conversas não bastam para mudar a imagem do país no exterior.
Na avaliação desses assessores, são necessárias medidas concretas, entre as quais a troca do ministro do Meio Ambiente. Atualmente, a pasta é comandada por Ricardo Salles.
Segundo esses assessores, o governo Bolsonaro precisa sair do discurso e fazer uma correção na política ambiental caso queira evitar retaliações de fundos de investimentos e a inviabilização do acordo do Mercosul com a União Europeia.
Uma das medidas sugeridas é exatamente a troca do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que estaria sem credibilidade junto a investidores estrangeiros e organizações ambientais.
Outra medida, segundo esses auxiliares, seria voltar a orientar os órgãos ambientais do governo a apertar o cerco nas multas contra quem contribui para o desmatamento ilegal no país, principalmente na Amazônia.
Durante a reunião desta quinta do Mercosul, assessores reconheceram como positiva a fala do presidente, que mostraria, segundo eles, o reconhecimento de Bolsonaro de que algo precisa ser feito na área ambiental para que o país não seja prejudicado.
Porém, não vai adiantar apenas focar em campanha publicitária e negociações, porque a imagem ambiental do Brasil está muito desgastada.
Além de representantes da área comercial do governo, a equipe econômica também defende ajustes na política ambiental.
Assessores do Ministério da Economia lembram que a retomada de investimentos externos será fundamental para o país se recuperar economicamente.
E isso pode ficar comprometido diante das críticas feitas por investidores estrangeiros, que ameaçam parar de investir no Brasil se o desmatamento na Amazônia continuar em alta.
Em junho, o registro de foco de incêndios na Amazônia foi o maior dos últimos 13 anos (G1, 2/7/20)