01/11/2021

No ritmo da Tesla: inovação aberta impulsiona mobilidade elétrica no Brasil

No ritmo da Tesla: inovação aberta impulsiona mobilidade elétrica no Brasil

Legenda: No Brasil, a Volvo aposta no XC40, primeiro modelo totalmente elétrico da marca sueca (Crédito: Divulgação)

Por Luiz Gustavo Pacete

Uma encomenda histórica agitou o mundo da mobilidade elétrica nesta semana. Na segunda-feira, 25, um pedido de cem mil carros da Tesla pela empresa de locação Hertz, fez com que as ações da empresa de carros elétricos de Elon Musk subissem mais de 9% e impulsionou o valor de mercado da marca para mais de US$ 1 trilhão. O que respingou, inclusive, na fortuna de Elon Musk, que saltou para R$ 1,39 trilhão. A notícia reforçou, mais uma vez, a pujança de um mercado que deve movimentar mais de US$ 7 trilhões até 2030. Mas e no Brasil, como esse segmento vem se desenvolvendo?

Por aqui, existem vários movimentos que estão deixando os players relacionados à mobilidade elétrica otimistas. Entre eles, medidas do Estado de São Paulo como, por exemplo, redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para os veículos elétricos de 18% para 14,5%, a partir de janeiro de 2022 o que, segundo especialistas, causarão um impacto positivo importante neste mercado. A frota de elétricos e híbridos nas ruas do Brasil já chega a 67 mil e a previsão é que, até 2030, ultrapasse 2 milhões.

“O setor automotivo opera com planejamento de longuíssimo prazo. A valorização recente da Tesla é fruto da avaliação positiva do mercado em relação à eletrificação da frota mundial. Já foi o tempo em que se discutia mobilidade elétrica como disrupção tecnológica ou exercício para o futuro. Hoje, pelo contrário, se trata de uma realidade mundo afora”, explica Davi Bertoncello, CEO e fundador da Tupinambá Energia & Mobilidade. De acordo com Bertoncello, os números do mercado brasileiro ainda são baixos, porém, o recorde de vendas de elétricos e híbridos do ultimo mês de setembro, 2.749 unidades, aumentou a projeção de vendas dos elétricos e híbridos para 30 mil unidades até o fim deste ano.

Além disso, pontua Bertoncello, as montadoras prometem a popularização do portfolio de carros elétricos com modelos cada vez mais acessíveis e valores próximos de R$ 100 mil. “Tal qual nos EUA, Europa e principalmente na China, o carregamento público de conveniência – aquele realizado em locais como shoppings e redes de supermercado – tem crescido a passos largos no Brasil. No início de 2021, eram 350 pontos de recarga do tipo por aqui, hoje, são mais de 840 e, até o final de 2022, serão ao menos 3 mil”, explica, mencionando investimentos do Grupo Carrefour para oferecer pontos de recarga em suas lojas e iniciativas como do Grupo Stellantis e o investimento em mobilidade elétrica (Forbes, 29/10/21)